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testemunhou afogamento

Camila Pitanga lembra morte de Domingos Montagner: "Lido com essa dor até hoje"

Redação/RedeTV!

Atriz ainda tenta superar perda do colega 

(Foto: divulgação)

A morte de Domingos Montagner, em setembro de 2016, ainda abala Camila Pitanga, que estava com o ator no momento em que ele se afogou nas águas do Rio São Francisco, em Sergipe. Quase três anos após a tragédia, a atriz retoma o trabalho com a peça Por Que Não Vivemos?, com a série “Aruanas”, e como apresentadora do programa “Superbonita”, em canal pago. 

Mesmo assim, diz que não conseguiu superar completamente a perda do amigo. “Lido com essa dor até hoje, mas o tempo é guardião, no sentido de você amadurecer e respeitar essa dimensão do mistério que é a vida”, disse em entrevista à revista “Marie Claire”. À publicação, Camila relembrou o dia em que, em pausa na gravação de “Velho Chico”, ela e Montagner decidiram nadar nas águas do rio em Canidé de São Francisco. Gabriel Leone também iria, mas demorou mais para ser liberado da gravação. Por isso, os dois estavam sozinhos no local.

“Quando nadamos em direção ao grande leito do rio, percebi, numas pedras, uma marolinha. Mas minha preocupação era com as pedras e falei: 'Domingos, acho melhor voltar', porque fiquei com medo de a gente se machucar. No que a gente tentou voltar, a gente nadava, mas não conseguia sair do lugar. Tive um momento de medo, mas disse: 'Calma, Camila', porque eu tinha uma noção de que tinha uma lateral toda de pedra. Ao invés de tentar lutar contra a correnteza, nadei para o lado, em direção às pedras, e falei: 'Vem pra cá, é tranquilo'. Mas o Domingos me olhava e não falava nada. Fui até ele, o puxei, porque eu estava despreocupada, e disse: 'Tô te falando. É só vir pra cá', e voltei à pedra. Duas vezes tentei buscá-lo, mostrando que não tinha perigo, mas ele dizia que não conseguia. Na verdade, ele falou muito pouco. Na última vez que eu voltei à pedra, Domingos olhou muito grave, com um misto de… E ali eu entendi o perigo. Ele submergiu uma vez. Voltou. Não foi uma coisa desesperada. Ele fez um gesto assim de como quem diz: 'não vai dar', e não falou mais. Submergiu… E eu não o vi mais”, relatou.

Após Domingos Montagner desaparecer, Camila Pitanga descreveu a sensação como desespero. “Alguma coisa me dizia que eu não podia mais ir ali. Tudo isso parece uma eternidade, mas foram segundos. Lembro de me bater, querendo me acordar. Comecei a chamar as pessoas no meu campo de visão. Tinha dois jovens, para quem eu gritei, que vieram num barquinho, e começamos a busca. Quando eu subi na embarcação, estava muito nervosa. Daí, entramos no leito do rio e foi um novo momento de entendimento, de compreensão do que estava acontecendo, porque, de cima, você via no grande leito, bolsões... Intimamente eu entendia que talvez a gente não o encontrasse. Depois passei o dia inteiro no meu quarto, de onde dava para ver o rio. Foi uma agonia”, disse.

Mesmo abaçada, a atriz contou também por que decidiu não se afastar das gravações da novela “Velho Chico”. “Após o acidente, fiquei dois dias em casa, com a minha família, meus amigos todos me cuidando, com muita solidariedade. Recebi muitas manifestações de carinho do Brasil inteiro. Andava na rua e tinha gente que caminhava na minha direção e me dava um abraço. Entendi que terminar as gravações da novela era uma forma de fortalecimento. Faço terapia desde os 19 anos, e mantive num processo continuado. São etapas em que você revive a situação. Contar é reviver”, avaliou.

Camila destacou que conversar com a esposa do ator, Luciana Lima, a ajudou bastante na época. Segundo ela, as duas mantém contato até hoje. “Fiz questão de ir à casa do Domingos contar à família o que aconteceu naquele dia. Eu sentia que toda as vezes que eu contava, ainda que tivesse muita emoção e dor, tirava de um lugar… Essa questão de afogamento lança imagens. Cada um cria um repertório, que é pior do que se passou. Senti que eu acalmava as pessoas ao contar. Mantenho contato com a Luciana, mulher do Domingos. Em meio a essa dor, ter o respeito dela foi uma das coisas mais comoventes que vivi. Luciana me transmite muita força. É uma grande mulher. A familia, como um todo, tem sido de um respeito, me acolheu na dor, entendeu. Isso me fortaleceu bastante”, garantiu.

A atriz faz questão de manter na memória os momentos felizes com Montagner e os outros colegas nos bastidores de “Velho Chico”. “Quando a novela chegou ao 100º capítulo, fizemos uma comemoração muito preciosa, em que todos eram convidados a apresentar algo especial. Lucy [Alves] e eu cantamos. Já o Domingos fez um número de palhaço. Eu fico com essa memória: do entusiasmo, da alegria que era aquele homem lindo, enorme, fazendo aquela cena de palhaço. O Domingos não era um cara expansivo, mas, sim, muito carinhoso com todo mundo. Todos da equipe tinham um carinho enorme por ele, porque quando ele abraçava, ele abraçava! Quando olhava, dava atenção plena. Era muito íntegro. Conhecer a família dele mais perto, a Luciana, diz muito sobre quem ele é. Não coloco no passado porque essa memória está muito viva. Domingos é amado e respeitado. Acho que é isso que fica. Essa integridade na simplicidade. Ele era totalmente respeitoso com qualquer pessoa”, concluiu.

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