Corpo de brasileira morta na Suíça chega a Fortaleza; marido está preso

Neurilene da Silva Moura era casada com suíço

(Foto: Arquivo Pessoal)

O corpo da brasileira Neurilene da Silva Moura, de 41 anos, que morreu na Suíça em setembro, chegou na noite desta sexta-feira (1º) a Fortaleza (CE). 

"Graças a Deus a primeira batalha está sendo vencida no caso da minha irmã", declarou Neuliane Moura, irmã da brasileira, ao portal da RedeTV!. Na conversa, ela que ressaltou que o traslado "só foi possível por conta de ações junto ao governo suíço" e disse sentir indignação por não ter sido ajudada pelo governo brasileiro e do estado do Ceará. 

Neurilene era casada com o suíço Christophe Sulger, que é o principal suspeito de tê-la matado e está preso, segundo contou a irmã de Neurilene. "A causa da morte a motivação ainda não foram esclarecidas, mas a advogada na Suíça, que está no caso, já disse que a Justiça aponta ele com 95% de certeza pelo ocorrido", lamentou ela ao portal da RedeTV!.

A família chegou a fazer uma vaquinha virtual para tentar trazer o corpo de Neurliene para o Brasil, mas o valor não chegou ao suficiente para chegar ao total de R$ 56 mil. O traslado foi possível "por conta de ações junto ao governo suíço", segundo Neuliane.

O sepultamento de Neurilene deve ocorrer deste sábado (2), no Cemitério Jardim Metropolitano, no município do Eusébio, na Grande Fortaleza. Neuliane promete continuar a lutar por justiça para a irmã. "Ainda iremos continuar lutando, pois trata-se de um crime", afirmou ela. "Minha irmã foi vítima", completou. 

Neurilene e o marido, Christophe Sulger (Foto: Arquivo Pessoal)

Relembre o caso 

No início de outubro, Neuliane falou ao portal da RedeTV! sobre a busca por informações sobre a morte da irmã e a luta para o traslado. "Minha irmã adorava viver, era uma pessoa alegre", relembrou Neuliane Moura, irmã de Neurilene, em entrevista por telefone. "O laudo deu a causa mortis como inconclusiva. Nós contestamos porque é impossível. A gente começa a pensar em descaso e falta de responsabilidade", completou. 

Apesar do bom relacionamento com a família da brasileira, Christophe não avisou sobre a morte e foi detido pela polícia para prestar esclarecimentos. "Ele não fez nenhum contato com a gente desde então, daí começamos a achar estranho", disse a analista de requisitos, que é moradora de Fortaleza (CE).

Pelas vias formais, a irmã da brasileira não obteve mais informações sobre os motivos da detenção, mas percebeu, por meio da imprensa do país, que o caso de Neurilene é tratado como assassinato. 

"Eles falam que ela foi encontrada inconsciente em casa e que só ele estava com ela. Não sei se é sensacionalismo, mas isso assusta", declarou Neuliane. "O contexto é como se ele fosse o principal suspeito, então percebi que poderia ser algo mais complexo pois estamos vendo que está acontecendo uma investigação policial".

O relacionamento

De acordo com Neuliane, a irmã e o suíço passaram pouco mais de dois anos namorando a distância após se conhecerem durante o Carnaval de 2017, no litoral do Ceará, quando ele visitava o país.

Já casados no Brasil desde 28 de dezembro de 2018, Neurilene e Christophe deveriam oficializar a união também na Suíça para que ela pudesse fixar residência ao lado do marido no país dele.

Em julho deste ano, Neurilene viajou ao país com o objetivo de resolver essa questão. O casamento, no entanto, não chegou a acontecer por impedimentos burocráticos.

Apesar disso, Neuliane conta que sempre viu o relacionamento como saudável e positivo, com exceção de algumas "brigas por questão de ciúme". "Isso acontece com qualquer casal. Não ficava violento e, aos nossos olhos, era tranquilo, mas agora pensamos se tinha algo que não percebemos", refletiu ela.

Lado do Itamaraty

Em nota enviada ao portal da RedeTV!, em outubro deste ano, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que o caso está sendo acompanhado pelo Consulado do Brasil em Genebra, que "presta assistência consular cabível".

Questionado sobre o andamento do caso, o Itamaraty completou que "em atendimento ao direito à privacidade dos envolvidos, não pode fornecer informações adicionais sobre o assunto".

Neuliane questionou o apoio oferecido pela pasta e disse que gostaria que seu apelo - por respostas e pelo traslado - seja ouvido pelas autoridades.

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