16/03/2018 14:39:00 - Atualizado em 16/03/2018 15:06:00

Munição de caso Marielle seria de mesmo lote usado na chacina de Osasco

Redação/RedeTV! com ABr

(Foto: Reprodução/RedeTV!)

A munição disparada contra a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes Mathias seria de lotes vendidos para a Polícia Federal do Distrito Federal em dezembro de 2006. A polícia também apura se as balas pertecem ao mesmo lote de munições que foram usadas na maior chacina de Osasco, em agosto de 2015, na qual 23 pessoas foram mortas.

Em nota conjunta das polícias Federal e Civil do Rio de Janeiro, a Polícia Federal informou nesta sexta-feira (16) que instaurou inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local onde o crime aconteceu. 

A informação da corporação foi divulgada logo depois que a Rede Globo veículou matéria na qual afirma que a munição usada no crime era de uma pistola calibre 9mm que pertencia a lotes vendidos para a Polícia Federal (PF) de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822. Ainda segundo a TV, a perícia da Divisão de Homicídios indica que o lote da munição UZZ-18 é original e, sendo assim, não teria sido recarregada.

A nota conjunta informou que o inquérito da PF se soma à investigação conduzida pela Polícia Civil. As duas corporações reiteraram “o compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro”.

A vereadora do PSOL Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca. A parlamentar viajava no banco de trás do carro conduzido por Anderson Gomes, quando criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes. Anderson também morreu no ataque.

Participação de Segundo carro

A Delegacia de Homicídios (DH) também investiga se houve participação de outro carro no crime. A suspeita é de que o segundo veículo tenha dado cobertura aos assassinos. 

De acordo com os investigadores, imagens de câmera de segurança, que não foram divulgadas, mostraram que o carro passou cerca de duas horas na porta do local onde Marielle participava de um evento sobre feminismo e racismo.  A polícia já identificou que um dos carros usados pelos criminosos tem placa de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O caso

Marielle foi morta após participar um evento que reunia jovens negras, na Lapa, no centro do Rio, na noite de 14 de março. Ela estava com a assessora e o motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, que também faleceu, quando o veículo foi emparelhado foi outro e alvejado por ao menos 13 tiros. 

A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson, que era casado e tinha um filho pequeno, recebeu pelo menos três disparos nas costas. A assessora acabou atingida por estilhaços e não sofreu ferimentos mais graves. 

A perícia apontou que todos os disparos foram efetuados por arma de calibre 9 mm e que a munição utilizada fazia parte de lotes vendidos para a Polícia Federal. Nove cápsulas foram encontradas no local. 

A polícia trabalha com a suspeita de execução e acredita que o veículo foi perseguido por cerca de 4 km. As autoridades ainda apuram se um segundo carro teria participado dos assassinatos

Marielle, de 38 anos, era uma conhecida ativista do movimento negro, defensora de minorias sociais e crítica da violência policial no Rio. Desde 28 de fevereiro, ela atuava como relatora de uma comissão da Câmara dos Vereadores criada para fiscalizar a intervenção federal no Rio.

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