15/03/2018 13:26:00 - Atualizado em 15/03/2018 14:00:00

"Tentaram calar 46 mil votos", diz irmã da vereadora Marielle Franco

Redação/RedeTV!

(Foto: Reprodução)

Anielle Silva, irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros na noite de quarta-feira (14), afirmou, nesta quinta, que o assassinato foi uma "tentativa de calar 46 mil votos". Criada no Complexo da Maré, Marielle foi eleita como a quinta vereadora mais votada nas eleições do Rio, em 2016.

"Infelizmente, ela foi brutalmente assassinada e a gente, mais uma vez, [está] sendo vítima da violência desse estado, dessa ausência de segurança. Tentaram calar não só 46 mil votos, muito mais, e várias mulheres negras", disse Anielle a jornalistas após reconhecer o corpo da irmã no Instituto Médico Legal (IML) do Rio. "É um sentimento de dor e revolta, por ela e pelo Anderson. Que a gente tenha justiça. Que a gente sabia quem fez e por quê".

Anielle afirmou que a irmã não estava sendo ameaçada. "Se ela tivesse algum tipo de ameaça, eu com certeza saberia. Ela não falou nada", explicou, acrescentando não entender por que a atuação política de Marielle teria motivado o assassinato: "Ela só tinha um ano que mandato e não entendo por que que incomodava tanto. Não era pra ser assim. Não tinha necessidade de ser assim. Foi um ato covarde", declarou. 

Emocionada, Anielle disse que irá lembrar da irmã com um sorriso, que a Maré e o Brasil choram: "A gente está em luto, a educação está em luto, as mulheres negras estão em luto, a política está. Tudo, todo mundo tinha que estar em luto hoje porque Marielle era uma pessoa muito boa, muito do bem, guerreira e estava lutando muito pelas mulheres negras".

Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça enquanto voltava de carro de um evento na Lapa. O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, também foi baleado e morreu no local. Uma assessora da vereadora, que ia no banco do carona, ao lado do motorista, sofreu ferimentos de estilhaços de vidro.

O corpo de Marielle será velado na Câmara de Vereadores do Rio. O enterro de Anderson, que era casado e tinha um filho pequeno, está marcado para às 16h, no Cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio.

Investigação preliminar apontou que os criminosos tinham conhecimento do lugar exato que ela ocupava no carro no momento do crime, segundo informou o jornal O Globo. O trajeto dos disparos ocorreu de trás para frente do automóvel, atravessando a lateral traseira. Anderson estava na linha de tiro.

Recomendado para você

Comentários