16/03/2018 13:06:00 - Atualizado em 16/03/2018 14:22:00

Munição que matou Marielle e motorista é de lotes vendidos para PF

Redação/RedeTV!

(Foto: Reprodução/RedeTV!)

A munição disparada contra a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes Mathias é de lotes vendidos para a Polícia Federal do Distrito Federal em dezembro de 2006. As polícias Civil e Federal agora tentam rastrear quem teria tido acesso às cápsulas. A informação foi divulgada pelo site G1.

Em nota, as coorporações informaram que instauraram um inquérito para apurar o caso.“Além da investigação conduzida pela Polícia Civil pelo crime de homicídio, já foi instaurado inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime”. 

A vereadora e o motorista foram mortos com tiros de uma pistola de 9mm, de uso restrito. Três balas atingiram a cabeça de Marielle e uma o pescoço. Já Anderson foi morto com três tiros nas costas. Uma assessora também estava no veículo e prestou depoimento. A principal linha de investigação da Polícia Civil é de que tenha sido uma execução.

Participação de Segundo carro

A Delegacia de Homicídios (DH) também investiga se houve participação de outro carro no crime. A suspeita é de que o segundo veículo tenha dado cobertura aos assassinos. 

De acordo com os investigadores, imagens de câmera de segurança, que não foram divulgadas, mostraram que o carro passou cerca de duas horas na porta do local onde Marielle participava de um evento sobre feminismo e racismo.  A polícia já identificou que um dos carros usados pelos criminosos tem placa de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O caso

Marielle foi morta após participar um evento que reunia jovens negras, na Lapa, no centro do Rio, na noite de 14 de março. Ela estava com a assessora e o motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, que também faleceu, quando o veículo foi emparelhado foi outro e alvejado por ao menos 13 tiros. 

A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson, que era casado e tinha um filho pequeno, recebeu pelo menos três disparos nas costas. A assessora acabou atingida por estilhaços e não sofreu ferimentos mais graves. 

A perícia apontou que todos os disparos foram efetuados por arma de calibre 9 mm e que a munição utilizada fazia parte de lotes vendidos para a Polícia Federal. Nove cápsulas foram encontradas no local. 

A polícia trabalha com a suspeita de execução e acredita que o veículo foi perseguido por cerca de 4 km. As autoridades ainda apuram se um segundo carro teria participado dos assassinatos

Marielle, de 38 anos, era uma conhecida ativista do movimento negro, defensora de minorias sociais e crítica da violência policial no Rio. Desde 28 de fevereiro, ela atuava como relatora de uma comissão da Câmara dos Vereadores criada para fiscalizar a intervenção federal no Rio.

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