Testemunhas começam a ser ouvidas em processo contra Lula envolvendo sítio de Atibaia

A Justiça Federal do Paraná começa a ouvir nesta segunda-feira (5) os depoimentos de testemunhas em processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O político é suspeito de ter recebido propina das construturas Schahin e OAS através de reformas em um sítio localizado no município de Atibaia, no interior de São Paulo.

O marqueteiro João Santana e sua esposa Mônica Moura devem ser os primeiros a serem ouvidos como testemunhas de acusação no processo decorrente da Operação Lava Jato. O casal trabalhou na campanha eleitoral de 2006, que levou Lula à reeleição como presidente da República. Em delação premiada, eles disseram que o petista tinha conhecimento do uso de caixa 2 na campanha.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), a Odebrecht e a OAS pagaram reformas feitas no sítio de Atibaia, utilizado por Lula e pela família dele, com recursos desviados de contratos superfaturados da Petrobras.

“Parte dos valores de vantagem indevida acertados nos referidos contratos teria sido destinada a agentes da Petrobras e parte a "caixas gerais de propinas" mantidas entre os grupos empresariais e agentes do Partido dos Trabalhadores. Parte dos valores foram utilizados em reformas do aludido Sítio de Atibaia”, diz trecho da denúncia.

Na denúncia, o MPF calcula que percentual de 1% a 3% de propinas pagas em vários contratos assinados entre a Petrobras e as construtoras seriam destinados a Lula e ao PT. Em seu despacho, Moro afirma que a denúncia apresenta “indícios suficientes” de autoria e materialidade e, por isso, é “inevitável” “algum aprofundamento na valoração e descrição das provas”.