11/03/2018 08:01:00

Bendine relata esquema de propinas envolvendo BB e PT, diz blog

Redação/RedeTV! com Agência Brasil


(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo)

O ex-presidente do Banco do Brasil (BB) e da Petrobras, Aldemir Bendine, estaria revelando à Polícia Federal (PF) detalhes de esquemas de propina envolvendo a instituição financeira e o Partido dos Trabalhadores (PT). A informação é do blog de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

De acordo com o jornalista, Bendine teria contado aos responsáveis pelas investigações de irregularidades que havia um esquema de liberação de empréstimos a empresas envolvendo o BB à época em que estava à frente da instituição. As empresas envolvidas devolviam entre 1% e 2% do valor das transações para quatro intermediários, que redistribuíam o montante entre o próprio Aldemir Bendine, pessoas próximas a ele, ao PT e partidos aliados.

O ex-presidente do Banco do Brasil teria relatado ainda que tal prática ilegal já funcionava antes de assumir o cargo. Os relatos de Bendine estariam sendo feitos mesmo sem que ele tenha fechado acordo de delação premiada.

Condenação

Na quarta-feira (7), o juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras a 11 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava Jato. Na sentença, Moro afirmou que Bendine solicitou e recebeu propina do Grupo Odebrecht durante o período em que esteve no cargo, a partir de fevereiro de 2015, em substituição a ex-presidente Graça Foster.

Bendine está preso no Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde julho do ano passado, quando foi preso preventivamente a partir das investigações da Lava Jato. Ele presidiu o Banco do Brasil de abril de 2009 a fevereiro de 2015 e a Petrobras até maio de 2016.

Em delação feita pelo empresário Marcelo Odebrecht, Bendine foi citado como um dos beneficiários de pagamento de vantagens indevidas. Em depoimento prestado juiz Moro, Marcelo Odebrecht, um dos delatores das investigações da Lava Jato, disse que autorizou repasse de R$ 3 milhões a Bendine.

Após o depoimento, a defesa de Bendine considerou o depoimento como ilação e disse que Marcelo reconheceu não ter recebido diretamente cobrança de vantagens.

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