12/11/2019 15:10:00 - Atualizado em 12/11/2019 15:23:00

Evo Morales chega ao México após receber asilo político

Redação/RedeTV! com ABr

Ex-presidente boliviano renunciou após pressão de opositores


Itamaraty: Governo autoriza trajeto de Evo Morales pelo espaço aéreo brasileiro - (Foto: Reprodução/Twitter)

O ex-presidente da BolíviaEvo Morales desembarcou na Cidade do México nesta terça-feira (12) acompanhado de seu vice, Álvaro García Linera. Eles receberam asilo político do governo do mexicano após renunciarem no último domingo, em meio a protestos de opositores.

O chanceler do México, Marcelo Ebrard, recebeu o ex-presidente boliviano na porta da aeronave. Morales acenou para a imprensa, desceu as escadas do avião, ajeitou os cadarços do sapato e se dirigiu aos jornalistas, onde fez o primeiro pronunciamento em solo mexicano.

"No dia 9 de novembro, no sábado, um membro da equipe de segurança do Exército me informou sobre uma mensagem que recebeu onde lhe era pedido que me entregasse por 50.000 dólares. Por isso digo, obrigado por salvarem minha vida”, afirmou.

Morales ainda afirmou que seguirá na política. "Chegamos aqui seguros graças ao México e suas autoridades. Enquanto eu estiver vivo, seguimos na política. Segue a luta e estamos seguros de que os povos do mundo têm todo o direito de serem livres. Pensei que tínhamos terminado com a humilhação, mas há grupos que não respeitam a vida e a pátria".

"Meu pecado é que ideologicamente somos anti-imperialistas. Não vou mudar ideologicamente. Sempre trabalhei pelos setores mais humildes, diminuímos muito a pobreza e isso vem para fortalecer a luta dos povos. Muito obrigado", finalizou.

Trajeto ao México

De acordo com Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o avião da Força Área do México, que leva o ex-presidente boliviano, foi autorizado a passar pelo espaço aéreo do Brasil.

A solicitação foi feita feita pelo governo mexicano e atendido pelo Brasil nesta terça-feira (12) . “Confirmamos que foi concedida autorização para sobrevoo de aeronave transportando o ex-presidente Evo Morales”, disse o Itamaraty.

O Ministério das Relações Exteriores do México informou sobre possíveis complicações no transporte de Evo Morales, em recente coletiva de imprensa.  Negociações com vários países, como Paraguai, Peru e Equador, foram feitas para que a aeronave pudesse usar o espaço aéreo deles.

Asilo político

O México concedeu asilo político ao ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, informou o ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, na noite desta segunda-feira (11). Segundo o chanceler, citado pela imprensa local, a decisão foi tomada "por razões humanitárias e em virtude da situação de perigo que ele [Morales] enfrenta na Bolívia, onde sua vida e integridade estão em perigo".

Morales deixou a Bolívia na madrugada desta terça (12), após o governo mexicano enviar um avião da Força Aérea para buscá-lo em Chimoré, no estado de Cochabamba, local onde ele estava desde domingo, quando anunciou sua renúncia.

"O avião da Força Aérea Mexicana já decolou com Evo Morales a bordo. De acordo com as convenções internacionais atuais, está sob a proteção do México. Sua vida e integridade estão seguras." escreveu o ministro de Relações Exteriores. 

Em seguida, também no twitter, o ex-presidente da Bolívia anunciou que estava deixando o país. 

"Irmãs e irmãos, parto rumo ao México, agradecido pelo desprendimento do governo desse povo irmão que nos deu asilo para preservar nossa vida. Dói-me abandonar o país por razões políticas, mas sempre estarei ao seu lado. Logo voltarei com mais força e energia", escreveu Morales.

Crise e renúncia

Morales renunciou após ter sido pressionado publicamente pelo comando das Forças Armadas e da Polícia e até por sindicatos próximos ao governo. Horas antes, ele havia convocado uma nova eleição presidencial por conta das irregularidades na apuração detectadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

A vitória de Morales em primeiro turno deflagrou uma onda de protestos em algumas das principais cidades da Bolívia, encabeçados por Mesa e pelo fundamentalista católico Fernando Camacho. "Não quero mais ver famílias maltratadas por ordem de Mesa e Camacho", disse Morales em seu discurso de renúncia. "Ser indígena e de esquerda anti-imperialista é nosso pecado", acrescentou.

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