Crítica: Top Gun Maverick, A sequência honrosa que todo filme clássico merece!

Sem CGI praticamente, a sequência consegue ser um exemplo de modelo a ser seguido por todo seu trabalho de qualidade em diversos aspectos

(Foto: Divulgação/Imagem/Montagem: Paramount Pictures)

“I feel the need... The need of speed", em português “sinto a necessidade, a necessidade da velocidade”, é uma das frases mais emblemáticas do clássico dos anos 80, Top Gun: Ases Indomáveis. Agora, 36 anos depois temos a chance de rever Maverick (Tom Cruise) sob uma nova ótica de um mundo onde as máquinas evoluíram, mas nem todos pilotos.

Quando se trata de continuações históricas, como ‘Exterminador do Futuro’, ‘Rambo’ e afins, o sentimento nostálgico por aquele personagem clássico querido acaba falando alto no coração do público. Porém, é necessário analisar seus aspectos para ver se o filme não se prende ao laço do passado e se acrescenta aquele universo.

No enredo, depois de mais de 30 anos de serviço como um dos principais aviadores da Marinha, Pete "Maverick" Mitchell está de volta, rompendo os limites como um piloto de testes corajoso. No mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, Maverick enfrenta drones e prova que o fator humano ainda é essencial.

Mesmo décadas após o primeiro filme, Maverick traz o sentimento de estarmos acompanhando novamente o longa de 1986. Mais uma vez, é apresentado seu espírito rebelde e tramas que outrora ficaram em abertos, além das diversas referências ao longo do filme. 

O longa tenta ensinar para aqueles que não acompanharam o clássico dos anos 80 por meio de flashbacks, demonstrando qual curso busca tratar. Sendo assim, não há necessidade de ter assistido o primeiro filme.

Em suma, a história expande o universo visto anteriormente, onde a rivalidade de Iceman (Val Kilmer) e Maverick prevalecia. Aqui existem novos romances, uma nova geração de pilotos buscando se provar, um mal a ser combatido e a cereja do bolo: a trama envolvendo o filho de Goose, interpretado por Miles Teller.

Mesmo que tenha 2h17 de duração, o longa acaba envolvendo bastante, fazendo com que o tempo passe rápido. A ação é desenfreada e leva as expectativas aos ares. O filme não nega esforços com sua trilha sonora, mesclando o melhor do anterior com o atual, seja com Danger Zone ou Hold my Hand, assinado por Hans Zimmer e Lady Gaga.

A atuação de cada personagem acaba sendo pontual para desenvolver e mergulhar o público na trama. Já que os atores tiveram de fazer alguns voos reais e exercícios de treinamento para o longa. O CGI é praticamente inexistente, o que é difícil nos dias de hoje. 

O filme se preocupou em escalar pilotos capacitados para as cenas de manobra, deixando a experiência surreal. Sendo assim, Top Gun Maverick pode ser cotado como um dos melhores filmes de ação de 2022.

Embora o filme tenha diversos pontos positivos, alguns pequenos aspectos poderiam ser melhores trabalhados. Entre eles, um desenvolvimento mais extenso da relação de Maverick com Penny (Jennifer Connely), seu par romântico no filme e ponto de paz na trama. Além disso, a relação com Bradley Rooster (Miles Teller), onde o público que acompanhou o clássico sente a necessidade da redenção de Maverick e o peso que carrega pela morte de seu companheiro Gooze (Anthony Edwards).

No fim, Top Gun Maverick é um dos filmes que daqui a 10 anos ainda vai trazer os mesmos sentimentos de emoção e momentos de tirar o fôlego. Chegando aos 60 anos, Tom Cruise ainda apresenta o mesmo espírito do protagonista dos anos 80. Além disso, belos momentos com a presença de Val Kilmer, que atualmente passa por dificuldades devido a um combate ao câncer, é apresentada e traz a lembrança do clássico.

Vale ressaltar que o filme merece servir como modelo para outros longas que buscam trazer clássicos para tempos atuais, casando ação, romance, emoção e redenção. Não abrindo espaços para cenas pós-créditos, Top Gun Maverick não transmite expectativas para uma possível sequência e fecha um ciclo de forma colossal acima das nuvens.

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