14/08/2019 17:03:00 - Atualizado em 14/08/2019 17:06:00

"Não existe um dia que um preso não é torturado", denunciam detentos de penitenciária do MT em carta

Redação/RedeTV!

Detidos contam que houve até um caso de morte com tiro na nuca no local

(Foto: Divulgação/Governo do MT)

Uma carta escrita à mão por detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, capital do Mato Grosso, denuncia a falta de estrutura e violência no maior presídio do estado. Tortura, brutalidade por parte de agentes prisionais em revistas e falta de assistência médica são as principais reclamações.

Assinada por mais de 1,5 mil detentos, a carta foi escrita em julho deste ano, mas só agora foi publicada pela imprensa. Os presos apelam, inclusive, à Constituição Federal ao exigirem seus direitos. De acordo com o documento, casos de torturas são constantes no presídio.

"Os agentes entram nos raios para fazer geral, chegam dando tiros, jogando bomba, spray de pimenta, agredindo presos. Com essas atitudes, presos caem, se machucam, além dos danos causados pelas balas de borrachas", diz um trecho da carta. 

"Teve um caso que eles mataram um preso. Atiraram na nuca dele, com munição letal, onde o mesmo morreu na hora. Gostaria de saber qual o risco que um preso de costas, correndo para não ser atingido, apresenta para este agente? É nenhuma! (...) Não existe um dia que um preso não é torturado ou maltratado", continuou.

Em outro trecho, os detentos expuseram o problema da falta de assistência de saúde, sem criticar o trabalho dos profissionais que trabalham no local. “A assistência médica não suporta a demanda do sistema prisional, ou seja, por mais que os profissionais da saúde se esforce [SIC] não conseguem atender 10% dos que necessitam de apoio médico”, escreveram.

"Pior de tudo é que proibiram receitas particulares, com isso, tem preso morrendo dentro do presídio, não tem remédio e não consegue [SIC] ser atendido pelos médicos que aqui atendem. Sem falar da tuberculose que se alastra dentro do sistema", disseram.

Outro lado

O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen-MT) negou as denúncias e informou que emitirá nota sobre o caso. Já a Secretaria de Segurança Pública do estado informou que não recebeu nenhuma notificação sobre o assunto e disse que tomou conhecimento da carta pela imprensa.

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