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Munição de caso Marielle seria de mesmo lote usado na chacina de Osasco

(Foto: Reprodução/RedeTV!)

A munição disparada contra a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes Mathias seria de lotes vendidos para a Polícia Federal do Distrito Federal em dezembro de 2006. A polícia também apura se as balas pertecem ao mesmo lote de munições que foram usadas na maior chacina de Osasco, em agosto de 2015, na qual 23 pessoas foram mortas.

[leiamais]Em nota conjunta das polícias Federal e Civil do Rio de Janeiro, a Polícia Federal informou nesta sexta-feira (16) que instaurou inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local onde o crime aconteceu. 

A informação da corporação foi divulgada logo depois que a Rede Globo veículou matéria na qual afirma que a munição usada no crime era de uma pistola calibre 9mm que pertencia a lotes vendidos para a Polícia Federal (PF) de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822. Ainda segundo a TV, a perícia da Divisão de Homicídios indica que o lote da munição UZZ-18 é original e, sendo assim, não teria sido recarregada.

A nota conjunta informou que o inquérito da PF se soma à investigação conduzida pela Polícia Civil. As duas corporações reiteraram “o compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro”.

A vereadora do PSOL Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca. A parlamentar viajava no banco de trás do carro conduzido por Anderson Gomes, quando criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes. Anderson também morreu no ataque.

Participação de Segundo carro

A Delegacia de Homicídios (DH) também investiga se houve participação de outro carro no crime. A suspeita é de que o segundo veículo tenha dado cobertura aos assassinos. 

De acordo com os investigadores, imagens de câmera de segurança, que não foram divulgadas, mostraram que o carro passou cerca de duas horas na porta do local onde Marielle participava de um evento sobre feminismo e racismo.  A polícia já identificou que um dos carros usados pelos criminosos tem placa de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O caso

Marielle foi morta após participar um evento que reunia jovens negras, na Lapa, no centro do Rio, na noite de 14 de março. Ela estava com a assessora e o motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, que também faleceu, quando o veículo foi emparelhado foi outro e alvejado por ao menos 13 tiros. 

A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson, que era casado e tinha um filho pequeno, recebeu pelo menos três disparos nas costas. A assessora acabou atingida por estilhaços e não sofreu ferimentos mais graves. 

A perícia apontou que todos os disparos foram efetuados por arma de calibre 9 mm e que a munição utilizada fazia parte de lotes vendidos para a Polícia Federal. Nove cápsulas foram encontradas no local. 

A polícia trabalha com a suspeita de execução e acredita que o veículo foi perseguido por cerca de 4 km. As autoridades ainda apuram se um segundo carro teria participado dos assassinatos

Marielle, de 38 anos, era uma conhecida ativista do movimento negro, defensora de minorias sociais e crítica da violência policial no Rio. Desde 28 de fevereiro, ela atuava como relatora de uma comissão da Câmara dos Vereadores criada para fiscalizar a intervenção federal no Rio.