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Em cinco anos, apenas uma a cada cinco capas da Playboy não tem silicone

Bruna Brasil/RedeTV!

Apenas 13 mulheres que posaram para a revista Playboy do Brasil nos últimos cinco anos eram donas de seios naturais, sem próteses de silicone. O levantamento feito pelo portal da RedeTV! mostra que, nas 60 edições da publicação colocadas à venda durante o período, é predominante a presença de mulheres “siliconadas” nas capas. Para o diretor da Playboy, Sérgio Xavier, a tendência de que as turbinadas representem o padrão de beleza feminino é resultado da “cultura do exagero”. 

As representantes "não turbinadas" que foram estrelas da publicação desde julho de 2010 vão da atriz Cleo Pires (apesar de boatos, ela nega ter colocado silicone antes do ensaio divulgado em agosto de 2010, alegando que estava inchada por causa da menstruação) até a funkeira Mc Tati Zaqui, capa da edição mais recente da Playboy. A lista ainda passa por Adriane Galisteu, Bárbara Evans, Leona Cavalli e Jéssika Alves

>>> GALERIA DE IMAGENS: conheça todas as mulheres sem silicone que foram capas da Playboy nos últimos cinco anos

Foto: Divulgação

Em entrevista exclusiva ao portal da RedeTV!, Sérgio Xavier concordou que há um pensamento implícito na sociedade de que as mulheres com próteses de silicone nos seios são mais belas que as de curvas naturais. E, claramente, o movimento, que ocorre no Brasil desde o final da década de 1990, reflete nas páginas da maior revista do segmento. “Existe mesmo uma ideia geral de que quanto mais opulentas mais lindas elas ficam. O silicone representa força, presença, volume. É o ‘mais’. E a tendência é sempre achar que mais é mais”, explicou. 

Assim como a escolha da revista reforça a 'preferência' pelas beldades "opulentas", o movimento inverso também ocorre. Para Sérgio, o fato de ter como grande maioria os ensaios nus com mulheres siliconadas passa a alimentar o desejo de outras mulheres em seguirem o padrão exposto na publicação. "O coelho da Playboy é uma das marcas mais reproduzidas em tatuagens femininas. O 'padrão de qualidade Playboy' se expressa aí. Se temos muitas capas de Playboy siliconadas é bem provável que outras mulheres vejam o fato como um padrão de qualidade", ressaltou. 

"Quando um padrão é estabelecido ele não é necessariamente questionado. Será que é necessário tudo isso? Será que a beleza deve ser sempre medida em mililitros? Nós acreditamos que não necessariamente. O silicone pode funcionar para determinados casos, não sempre. Pessoalmente até acho que menos é mais, mas estou longe de ser maioria", opinou o diretor. 

Em enquete realizada pelo portal da RedeTV! no Facebook, 81,3% dos participantes votaram opinando que acham mais bonitas as mulheres sem silicones nos seios. Com o resultado, questiona-se: será que o padrão de beleza está mudando atualmente? 

"É possível, sim. A moda sobrevive da mudança. Se as tendências não mudam, o mundo da moda encolhe. Isso vale para sapatos, penteados, para tudo. Inclusive o ser ou não ser do silicone", disse Sérgio. 

CAPAS REPETIDAS, MAS SEIOS DIFERENTES

Algumas beldades como Deborah Secco e Scheila Carvalho tiraram as roupas para a publicação mais de uma vez e mostraram as mudanças do modelo de beleza com as alterações em seus corpos. Elas posaram inicialmente com seios naturais e depois após as cirurgias estéticas. 

No caso da atriz, o primeiro ensaio nu, que estampou a edição de agosto de 1999, as curvas naturais e seios sem silicone foram destaques. No segundo nu de Deborah, em 2002, ela já mostrou o visual 'turbinado'. 

Foto: Reprodução

Uma das recordistas de capa da publicação, Scheila Carvalho, ex-dançarina o 'É o Tchan', fez o primeiro ensaio em 1998. Logo após colocar próteses de silicone, em 2000, ela estampou a capa da publicação novamente. Scheila ainda posou para a revista adulta outras duas vezes. 

Foto: Reprodução

SEGUNDO LUGAR NO RANKING MUNDIAL

Desde 2010, o Brasil é o segundo país que mais faz cirurgias plásticas para aumento dos seios, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgias Plásticas Estética, em 2014, o Brasil realizou mais de 185 mil operações estéticas deste tipo. O número é inferior a 2013, quando 226 mil mulheres se submeteram a cirurgia para introduzir próteses de silicone. 

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