21/03/2018 17:53:00 - Atualizado em 21/03/2018 18:21:00

"Não acho que uma empresa de coleta de dados possa influenciar as eleições no Brasil", diz especialista

Luiz Anversa/RedeTV

(Foto: Divulgação)

"Cometemos erros". Foi assim que Mark Zuckerberg se pronunciou a respeito do escândalo da Cambridge Analytica (CA), empresa britânica de análise de dados que manipulou ilegalmente informações de mais de 50 milhões de usuários da rede social nos EUA.

A companhia trabalhou para a campanha de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, reforçando a suspeita de que a vitória do republicano teve o auxílio, ilegal, de propaganda direcionada.

"Temos a responsabilidade de proteger seus dados e, se não pudermos, não mereceremos atendê-lo", disse Zuckerberg, convidado pelo Parlamento britânico a dar explicações sobre o assunto. A CA também é suspeita de ter influenciado na votação do Brexit.

Para Caio Túlio Costa, fundador do Torabit (ferramenta de monitoramento de mídias digitais), a CA aproveitou brechas para pegar dados privados das pessoas: "A queda no valor das ações do Facebook está diretamente relacionada a isso".

Gravados secretamente pelo canal de TV britânico Channel 4, executivos da CA admitiram que fizeram coleta ilegal de dados em países como México e Malásia. A empresa estaria vindo para o Brasil participar da eleição de outubro.

Caio Túlio não acredita que a empresa poderia influenciar o pleito presidencial: "O Brasil tem um público diferente dos EUA. Acho difícil que uma empresa de coleta de dados possa ter influência nas eleições".

Após o escândalo, a CA ficou proibida de usar a plataforma do Facebook. O especialista diz que redes sociais como o Twitter, Youtube, Instagram e, claro, Facebook, estão "desesperadamente correndo atrás no sentido de proteger os dados dos usuários ou serão empurrados a fazer isso pelos agentes regulatórios".

Mesmo com essa crise, a rede social continua tendo um papel relevante nas eleições, segundo Caio Túlio. "A plataforma vai continuar importante.  A rede social continua trazendo o desejo das pessoas para dar opinião, conversar com amigos", afirma.

E como o público pode ter mais segurança no ambiente digital e não cair em armadilhas? "É muito importante as pessoas saberem separar o joio do trigo e não acreditar em qualquer informação que apareça. Onde podem checar? Em veículos que tenham credibilidade. Pode ser um Washington Post, que tem mais de 100 anos, ou o Buzzfeed, que é novo", pontua o fundador do Torabit.

Recomendado para você

Comentários