04/05/2020 14:55:00 - Atualizado em 04/05/2020 15:05:00

Pandemia do coronavírus pode aumentar quantidade de plástico no oceano, dizem ativistas

Redação/RedeTV!

Oceanos já poluídos podem sofrer com descarte de materiais

Imagem mostra microplásticos recolhido no fundo do mar (Foto: Universidade Estadual do Oregon)

A luta contra a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) requer uma série de equipamentos de proteção, sendo muitos deles feitos de plástico. Ativistas ambientais temem que o descarte destes materiais feito de maneira incorreta possa significar anos de problemas para os oceanos já poluídos.

"Do lado de fora da minha casa há luvas e máscaras descartadas por todo o bairro. Está chovendo há dois dias e esses materiais são rapidamente jogados no esgoto. Aqui em Washington eles acabam no rio Anacostia, na Baía de Chesapeake e depois no Oceano Atlântico", disse John Hocevar, diretor de campanha para oceanos do Greenpeace EUA, para a CNN.

"A estrutura dos equipamentos de proteção individual (EPI) o tornarão particularmente perigosos para a vida marinha. Luvas, como sacolas plásticas, podem parecer águas-vivas ou outros tipos de alimentos para tartarugas marinhas, por exemplo. As tiras nas máscaras podem apresentar riscos de emaranhamento", aletou Hocevar.

Com o tempo, esses produtos se decompõem e se somam às vastas coleções de microplásticos nos mares, ar e alimentos. Os riscos dos microplásticos para a saúde humana ainda estão sendo estudados. Quando os microplásticos passam por estações de tratamento de águas residuais eles podem coletar bactérias nocivas. Se o ser humano ingerir este plástico, poderá ingerir as bactérias. Além disso, os plásticos têm vários produtos químicos adicionados na fase de fabricação e é possível que eles sejam liberados no corpo.

Todos os anos, 8 milhões de toneladas métricas de plástico acabam nos oceanos do mundo. De acordo com uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Ian Kane, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, em estudo publicado na revista “Science”, já foram criados nos oceanos áreas de perigo (hotspots) com até 1,9 milhão de pedaços de plástico por metro quadrado. 

"Sabemos que a poluição do plástico é um problema global - ela existia antes da pandemia. Precisamos ser bastante cautelosos sobre aonde vamos, pós-pandemia. Antes de tudo, é um momento de saúde e segurança pública sendo a principal prioridade. Mas também temos que perceber que a questão mais ampla sobre resíduos que está sendo destacada por esta pandemia realmente importa. Sabemos que muitos lugares do mundo não têm essa capacidade de gerenciar esse lixo. Isso é prejudicial à saúde humana, aos oceanos e ao meio ambiente", completou Nick Mallos, da ONG norte-americana Ocean Conservancy.

"Estamos vendo algumas pessoas experimentando desinfetar os equipamentos de proteção individual agora, mas isso é em grande parte por necessidade - simplesmente não temos o suficiente. A longo prazo, queremos ser um pouco mais intencionais sobre isso e desenvolver EPIs reutilizáveis ​​e desinfetáveis", finalizou John Hocevar.

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