Saiba quem não deve tomar a vacina da febre amarela e como se prevenir
Redação/RedeTV!(Foto: Divulgação/Ministério da Saúde)
Em meio aos casos de febre amarela silvestre no Brasil, o Ministério da Saúde está realizando uma campanha emergencial de vacinação, cujo objetivo é imunizar cerca de 20,6 milhões de pessoas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
Diante disso, muitas pessoas têm se questionado em quais casos a vacina é contraindicada e, nesses casos, o que fazer para se proteger dos mosquitos que transmitem a doença.
Com isso, o médico infectologista Marco Aurélio Palazzi Sáfadi esclareceu, em live na página da RedeTV! no Facebook, as principais dúvidas sobre a quem pode e quem não pode receber a vacina. Confira:
Quem não deve tomar a vacina e como se proteger
Além de proibida para pessoas com alergia a ovo, a vacina não é indicada para pessoas com doenças cujos tratamentos reduzem a imunidade (lupús, câncer etc). "Não podem receber a vacina indivíduos que são portadores de doenças que abalam a sua imunidade, ou seja: está tratando um câncer, tomando corticoide em dose que deprima a imunidade", aponta o médico.
Apesar disso, o infectologista esclarece que pessoas que tenham problemas no coração, diabetes ou asma, mas que não façam uso de medicamento, podem, sim, receber a vacina contra a doença.
Gestantes podem tomar a vacina?
Grávidas não têm contraindicação formal, mas, por ser uma vacina de vírus vivo atenuado, o infectologista diz que o caso deve ser analisado: "Se ela reside ou pretender estar numa área de elevado risco, hoje o balanço é positivo para vacinar essa gestante, pois ela vai oferecer benefício e ter menor risco".
Idosos podem ser vacinados contra a febre amarela?
A vacina é recomendada para pessoas entre nove meses de vida e 59 anos. O infectologista explica que, para idosos acima dessa idade, o ideal é passar por avaliação médica para avaliar o estado do sistema imunológico e o risco de contaminação na região.
Já tomei uma dose, preciso de outra?
Para quem tomou a vacina há muitos anos, o doutor aponta que não há necessidade de uma nova aplicação: "Basta uma única dose para se manter protegido".
Não lembro se tomei a vacina. Devo tomar agora?
Quem não lembra se já foi imunizado contra a doença deve, sim, tomar a dose, pois, de acordo com o infectologista, não há motivo para preocupações com superdosagem. "Não representa um risco".
A vacina causa reações adversas?
Segundo o infectologista, há chances: "Estatisticamente, em torno de 4% dos que recebem a vacina, ou seja um em cada 25 vacinados, pode apresentar sintomas leves, geralmente dentro dos primeiros dez dias da aplicação da vacina: febre, dores musculares, naúseas, eventualmente vômitos". Mas tranquiliza: "São [efeitos] de curta duração e rapidamente se recuperam".
O especialista ainda diz que há uma pequena chance de efeitos adversos graves, mas que, diante da situação atual do estado de São Paulo, o ideal é tomar a vacina mesmo assim. "Representam um risco muito menor do que o risco de exposição a doença".
Posso doar sangue após a vacina?
Não. O ideal é esperar quatro semanas após a vacinação para então fazer a doação. Isso para evitar comprometer o banco de sangue.
Confira a entrevista com o médico: