07/04/2017 16:17:00 - Atualizado em 07/04/2017 16:57:00

Lulas e polvos conseguem alterar o próprio código genético e aumentar sua inteligência, diz estudo

Redação/RedeTV!

Foto: Pixabay

Um novo estudo realizado pelo Laboratório Biológico de Marine em conjunto com a Universidade de Tel Aviv Eli Eisenberg descobriu que polvos e seus familiares cefalópodes possuem uma capacidade genética de alterar o próprio RNA, molécula produzida pelo DNA responsável pela síntese de proteínas da célula. Esse mecanismo seria capaz de explicar o comportamento complexo e altamente inteligente desses animais. 

Segundo o pesquisador Joshua Rosenthal, líder da equipe de cientistas, tal habilidade, chamada edição de RNA, torna o polvo apto a ajustar as informações codificadas pelos genes sem alterar os próprios genes. Diferente de outros animais, os cefalópodes, compostos de lulas e chocos, além dos polvos, são capazes de alterar o código transportado por RNAs mensageiros, o que diversifica as proteínas produzidas pelas células. 

Os cientistas acreditam que o sistema nervoso dos cefalópodes pode ter desenvolvido uma evolução avançada baseada na edição de RNA em vez de mutações no DNA, o que poderia explicar a alta inteligência observada nas criaturas da espécie. Foi descoberto que mais de 60% do RNA transcrito no cérebro de lulas são recodificados por essa edição enquanto em outros animais a porcentagem não chega a 1%. 

Rosenthal explica que ao trocar o RNA invés do DNA, eles se tornam mais eficientes em se adaptar as mudanças do ambiente. A partir do mesmo gene, os cefalópodes podem, por exemplo, produzir proteínas capazes de funcionar em temperaturas mais altas ou baixas. Essas habilidades conseguem ainda, ser "ligadas ou desligadas" independente das circunstâncias.  

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"Quando eles começaram a fazer isso e sob quais influências do meio ambiente? Poderia ser algo tão simples quanto as mudanças de temperatura ou tão complicado quanto a experiência, uma forma de memória", declarou Joshua Rosenthal.

Conhecidos mundialmente por seu comportamento diferenciado de outros animais, que lhe renderam a fama de "alienígenas", os polvos chamam a atenção por sua capacidade de ver a luz polarizada, por possuírem três corações e uma inteligência acima da média. Agora, cientistas estão creditando que a eficiência na edição de RNA seja a "responsável pelo seu intelecto extraterrestre", como explica o pesquisador Noa Liscovitch-Brauer.

Veja também: Mergulhador flagra polvo devorando outro da mesma espécie

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