01/05/2018 12:22:00

Prédio que desabou após incêndio foi sede da PF e esvaziado em 2001

Redação/RedeTV! com Agência Brasil

O edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou na madrugada desta terça-feira (1º) durante um incêndio, é um prédio de 24 andares e dois patamares de sobreloja, com 11 mil metros quadrados, localizado na esquina da Rua Antônio de Godoy com a Avenida Rio Branco, no Largo do Payssandu. Propriedade do governo federal, o imóvel foi sede histórica da Polícia Federal na capital durante 20 anos, mas foi esvaziado em 2001 e estava em estado avançado de degradação, segundo a Prefeitura de São Paulo.

Até 2009, a parte do térreo chegou a servir como agência do INSS, mas foi desativada em seguida. Um ano depois, surgiu o anúncio de transformar o local em um centro cultural, mas a ideia não saiu do papel.

Durante os últimos anos, vários grupos sem-teto invadiram o local diversas vezes e acabaram se instalando mesmo após o governo Dilma, em 2015, autorizar o leilão da propriedade - ninguém se interessou em pagar os R$ 21,5 milhões pela construção. 

No edifício, que foi cenário de grandes casos de repercussão nacional, ficou preso por algumas horas o argentino Adolfo Perez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, no fim da ditadura militar. Também ficou detido o chefe da Máfia da Itália Tommaso Buscetta, após ser preso no Morumbi. Em 1985, o então chefe da PF, delegado Romeu Tuma, comandou do local as investigações para a identificação da ossada do nazista Josef Mengele, o chamado “anjo da morte” de Hitler.

O local estava em avançado processo de degradação. As salas, que antes eram departamentos da PF, se tornaram moradias separadas por madeira. A fachada tinha várias vidraças quebradas, com luz e água foram cortadas. 

O comando do Corpo de Bombeiros divulgou que o estado precário da estrutura do prédio, como a retirada dos elevadores contribuíram para a propagação do incêndio, já que o fosso livre serviu como uma chaminé para o material inflável, como papelão e botijão de gás presentes nas moradias.

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