22/01/2018 10:13:00 - Atualizado em 22/01/2018 13:52:00

Jovem trans relata preconceito em casa noturna: "Me senti humilhada"

Sara Oliveira/RedeTV!

(Foto: Reprodução/Facebook)

A jovem trans Elísha Silva, de 23 anos, usou as redes sociais para denunciar um episódio de transfobia que aconteceu em uma casa noturna de Sorocaba, no interior de São Paulo, no início deste mês. Na ocasião, a entrada era vip para mulheres e custava cinco reais para os homens, mas uma funcionária do local tentou cobrar o valor da jovem.

"Sou trans e quando cheguei na entrada queriam me cobrar!", escreveu Elísha em um grupo fechado que lista lugares para visitar na cidade, acrescentando ter ouvido que só eram obrigados a respeitá-la se houvesse uma "autorização da Justiça". "Que lugar é esse que não respeita mulher trans? E só se sentem obrigados a respeitar com ação na Justiça? Que palhaçada. Educação é uma questão de humanidade e não de obrigação. Me senti humilhada!", finalizou ela.

O relato repercutiu no grupo, mas, segundo a estudante, foi apagado horas depois - depois de alcançar mais de mil curtidas e mais de 2,8 mil comentários. 

Ao portal da RedeTV!, Elísha conta que, inicialmente, foi barrada por uma funcionária do caixa - que tentou cobrar a entrada - e depois ofendida pela gerente do estabelecimento. "Ela disse que só era obrigada a me respeitar se tivesse um documento na Justiça que provasse que sou mulher trans", relembra. "Precisou me humilhar primeiro para depois me deixar entrar como mulher. E ainda falou que não era pra eu usar o banheiro feminino". 

Elísha explica que não pensou em chamar a polícia nem fazer boletim de ocorrência naquele momento porque só queria ir embora. "Foi muito humilhante e eu me senti muito constrangida", afirma, acrescentando que foi embora logo após entrar no local. "Depois que eu entrei, eu não fiquei muito tempo, só esperei meu amigo voltar para me buscar e fui embora".

Em nota, a casa noturna Toca do Leão disse que "abomina qualquer tipo de preconceito que venha a acontecer dentro ou fora" do estabelecimento, informou que não sabia do caso, pediu desculpas e acrescentou que "tomará frente para que isso nunca mais aconteça".

A jovem entrou com ação contra o estabelecimento e está aguardando resposta da defensoria pública. "Nós somos seres humanos e temos o direito de ir e vir, então por que as pessoas querem barrar a gente só pelo fato de a gente ser o que é? É insano. É cruel. É desumano. A gente existe e vai querer fazer o nosso direito valer!".

Veja também: "A diversidade sexual é ampla", diz ativista transgênero

Recomendado para você

Comentários