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Afastado das telas após acusações de assédio, no mês passado, José Mayer foi pego de surpresa após ser diagnosticado com Granulomatose de Wegener, doença autoimune que não tem cura e pode ser fatal caso não seja tratada. Depois de descobrir o problema, o ator precisou ser internado na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, onde permaneceu por um mês para tratar da enfermidade.

Por ser rara, pouca gente conhece a Granulomatose, cuja identificação muitas vezes é tardia. Isso porque seus sintomas geralmente são confundidos com uma infecção gripal ou uma simples sinusite, é o que explica a médica reumatologista Tatiana Hasegawa. "Para piorar, a doença costuma se manifestar de forma lenta, com isso o diagnóstico se arrasta por vários anos", informa a especialista

Em 80% dos casos, a enfermidade atinge as vias aéreas superiores e inferiores, comprometendo os seios da face, pulmões e causando necroses por onde passa. A médica explica como a Granulomatose de Wegener se manifesta. "De forma geral, a doença causa uma inflamação na parede dos vasos sanguíneos, o que compromete o fluxo e causa necrose e formação de verdadeiros ‘buracos’ dentro do nariz, da faringe e da laringe", afirma.

"Ela literalmente destrói os vasos e a irrigação do nariz e dos órgãos que chamamos de ‘nobres’, como os pulmões e os rins", completa. Os sintomas mais aparentes, portanto, são sangramento frequente do nariz, falta de ar, tosse, escarro com sangue, dor nas articulações e mal-estar geral.

A Granulomatose atinge, prioritariamente, pessoas acima de 50 anos e não tem predileção por sexo, portanto, pode atingir praticamente de forma igualitária homens e mulheres. Uma das formas de diagnóstico é feita por meio de exame de sangue específico, chamado de Anca. 

“Nem todo o sangramento intenso significa que a pessoa tenha a doença. A constatação somente é feita por meio de uma série de exames. Além do sanguíneo, já citado, é feita tomografia do tórax e do seio da face. Em alguns casos, é necessária ainda a realização de uma biópsia da lesão”, explica a reumatologista.

Considerada perigosa e fatal, a Granulomatose de Wegener é tratada com imunossupressores e corticoesteróides, além de medicamentos biológicos, que diminuem a evolução da doença. “Ela não tem cura, mas pode ser controlada quando rapidamente detectada e iniciada a intervenção de forma imediata por tratamento medicamentoso. Se o controle não é feito de forma correta, há uma lesão grave dos órgãos, causando insuficiência respiratória aguda ou crônica, além de anemia grave”, conclui Tatiana Hasegawa.