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Especialista Jhonny Vilaronga aponta porque exposição de artistas no BBB é vantajosa mesmo na era do cancelamentos

Diferente da esfera da internet, no qual o público se divide em nichos específicos, a televisão oferece um espaço de exposição nacional sem necessidade de desembolsar milhões em estratégias de marketing

(Foto: Divulgação)

Vitrine da mídia brasileira, o Big Brother Brasil 22 repete a fórmula que o colocou novamente nos recordes de audiência: a presença de figuras públicas na lista de participantes. Neste ano, entre os que mais vem se destacando no game estão nomes como Naiara Azevedo, Tiago Abravanel e Jade Picon. Entretanto, para a grande massa, fica o questionamento se vale a pena se expor em rede nacional mesmo com os efeitos que o programa causou para a carreira de Karol Conká e Projota — ambos eliminados na edição passada com recordes de rejeição e nome manchado.  

O empresário Jhonny Vilaronga, especialista em mercado digital e publicitário, acredita que a experiência, independentemente do resultado, vale os riscos.  “O perigo do cancelamento da era digital já existe mesmo sem o programa. Em tese, mesmo que a celebridade tenha mais controle sobre o que postar nas redes, ainda pode acontecer de ela ser flagrada em uma situação polêmica ou se posicionar de forma equivocada”, analisa.

No caso do programa de reality show mais visto do país, existe o objetivo de colocar o indivíduo ao extremo das suas emoções. 

“Isso começa pelo confinamento de oito dias em um apartamento, cujo o indivíduo não tem contato com a sociedade, que no mundo atual está localizada nas redes sociais – principal veículo de comunicação dos artistas. O que ocorre na maioria das vezes, como no caso de Conká, é que tal confinamento expõe a essência nua e crua das suas qualidades ou defeitos. Neste cenário, nem o filtro do instagram é capaz de ajudar”, diz.

Do ponto de vista 

mercadológico e de carreira, entrar em um reality de projeção nacional é como pegar um atalho para atingir uma audiência que poderia levar anos para ser impactada pelo seu nome. “É com a expectativa de ser aceito e ter sua carreira projetada a nível Brasil que os artistas buscam o programa. Há uma tendência no mercado de aliar a publicidade com o entretenimento, isso porque na internet temos a chamada segmentação de nicho, que separa usuários por preferências muito específicas. No caso de um programa de TV aberta, essa segmentação é abrangente e atinge desde o jovem da geração Z até a dona de casa”, diz.

A presença de um público diversos é o que torna possível que as pessoas projetem seus nomes não apenas nas TV, mas em múltiplas plataformas, convergindo e tendo uma visibilidade astronômica que triplica a principal fonte de renda de uma figura pública: a publicidade. “Como exemplo podemos analisar Gil do Vigor, que mesmo sem ser o vencedor da edição 21 e não faturar o grande prêmio de 1,5 milhões de reais, faturou cerca de 15 milhões de reais com contratos de publicidade seis meses após o programa”, diz.

Apesar da visibilidade que o programa traz poder ser alcançada sem ele, o investimento em marca pessoal atingiria a casa dos sete dígitos. “Os investimentos necessários teriam um custo maior para atingir tal audiência, no mesmo período de 3 meses que o programa costuma durar. Estamos falando de uma média de 7 milhões de pessoas assistindo o programa todos os dias, audiência que custaria milhões para alcançar com as ferramentas de hoje. O cantor Rodolfo, da edição passada, projetou nacionalmente o hit ‘Batom de Cereja’ apenas com sua participação no programa. Ele mesmo chegou a confessar que, sem o programa, precisaria de mais de um milhão de reais para que a música atingisse o patamar que atingiu”.

Cases de sucesso

A internet é volátil e mesmo os que não conseguiram a simpatia do público, os cancelados, conseguiram prosperar nos negócios. 

“Outro case é o de Bianca Andrade, da edição BBB20, que foi eliminada com 53,09% dos votos e inúmeras polêmicas pelas suas falas referentes a causas como o feminismo, mas aproveitou o momento para divulgar sua marca Boca Rosa Company e viu seu faturamento atingir 120 milhões. Quanto tempo ela e dinheiro ela investiria para atingir esse marco sem o programa? O mesmo vale para Karol Conká, que saiu com o maior índice de rejeição da história, mas hoje é meme nas redes e figura querida pela mesma massa que a eliminou”, pontua.

Um time de mídia competente, mesmo que enxuto, também é um fator que faz toda a diferença nessa história. “O maior case de sucesso nessa área é Manu Gavassi, que deixou uma série de vídeos e esquetes, que conversam perfeitamente com o que estava acontecendo na casa – o instagram da Manu, parecia ter “vida própria”, uma vez que a sister não possuía acesso a sua conta – tudo isso, através de uma equipe totalmente estruturada por Manu. Os Resultados? Manu passou de 4,4 milhões para 14,9 de seguidores no Instagram ao final da edição. É contratada pela Netflix, bem como possui diversos contratos publicitários que antes eram impensáveis para a projeção que possuía”, analisa.

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