19/01/2024 15:51:00 - Atualizado em 22/01/2024 10:19:00

10 anos de "Janeiro Branco": especialistas indicam formas para melhorar a saúde mental

Laís Carnelosso com supervisão de Ana Martins

No Brasil,  26,8% da população já recebeu diagnóstico de ansiedade, entenda quando tratá-la 

(Foto: Freepik)

Idealizada  pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão, a campanha Janeiro Branco completa 10 anos em 2024. Visando alertar a população sobre os cuidados com a saúde mental, a campanha acende a discussão sobre a ansiedade, depressão, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia e outras psicoses que podem ser caracterizadas como transtornos mentais quando impactam o cotidiano.

No  Brasil, 26,8% da população receberam diagnóstico médico de ansiedade e 12,7% dos brasileiros já relataram terem sido diagnosticados com depressão. Esse dado foi divulgado em junho pelo Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia). 

Os números mostram ainda que um terço da população mais jovem, de 18 a 24 anos, é ansiosa. Com um episódio recente que ocorreu dentro da casa mais vigiada do Brasil, BBB 24, esse tema ganhou ainda mais destaque. A participante do grupo Pipoca, Alane, passou por alguns momentos em que precisou lidar com sua ansiedade. Sendo televisionado, durante as primeiras semanas de reality, a sister passou por duas crises. Na primeira, ela desmaiou e, na outra, precisou se trancar na dispensa.

Classificada como um sentimento presente em todos, a ansiedade precisa ser tratada a partir de sua desregulação, como explica o psicólogo Yuri Busin.  “Quando ela começa a transtornar, impedir ou fazer com que você tenha dificuldade na vida por causa desses pensamentos ansiosos. Esse ponto é de sofrimento que vai transtornar ou não a sua vida”.

O especialista destaca que a tão falada “crise de ansiedade" é como “um pico agudo daquilo que você está sentindo”, o acúmulo de medo excessivo pode se tornar um pânico, às vezes. Yuri alerta que nesse estágio a crise de ansiedade pode paralisar a pessoa e impedir que ela realize atividades, principalmente, em locais fechados.  

O psiquiatra Eduardo Perin destaca que os nossos hábitos influenciam no desenvolvimento desses transtornos. “O hábito do sedentarismo, uma alimentação não equilibrada, o uso de tabaco, de álcool, de outras substâncias, rotinas de vida, de sono, de alimentação muito atrapalhadas. Então, tudo isso são realmente fatores de risco importantes para o desenvolvimento e para a manutenção dos transtornos psiquiátricos”, comenta o especialista.

-Tratamentos

Se os transtornos mentais começam a prejudicar hábitos cotidianos, gerando até consequências físicas como dores, formigamento, palpitações e outros sintomas. Os caminhos para lidar com essas patologias são tratamentos como psicoterapia, de preferência cognitivo comportamental, e psiquiatria, quando o caso necessita de inserção de medicamentos. O ideal é sempre buscar ajuda profissional para ser orientado e não tentar resolver sozinho.

Perin afirma que “existem alguns transtornos psiquiátricos que o tratamento principal é a terapia. Outros transtornos psiquiátricos o principal é a medicação.” O psiquiatra ainda aponta que em um quadro de ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo, a terapia tem um papel fundamental e a medicação pode ajudar, mas não é o essencial. Já em um tratamento de um transtorno bipolar, déficit de atenção com hiperatividade e  esquizofrenia, a medicação se faz essencial.

Quem faz a indicação para o uso de medicamentos é apenas o psiquiatra após um diagnóstico apropriado para o quadro, desde verificar se a pessoa realmente precisa até a melhor escolha do remédio. O psicólogo tem um papel importante na indicação desse profissional. 

-Medicação 

A escolha da medicação depende em primeiro lugar do diagnóstico. Os remédios psiquiátricos podem apresentar efeitos colaterais como: sonolência, tontura, ganho de peso, disfunção sexual, dor de cabeça e outros. Contudo, o especialista  diz que: “a gente tem que pensar que medicação vai tratar o transtorno psiquiátrico, né? Então, se o objetivo é melhorar o transtorno psiquiátrico, a medicação vai ser um aliado muito forte.”

Perin também não deixa de citar que os efeitos podem ser manejáveis com a redução da dose ou outros meios. Algumas pessoas podem sentir apenas nos dias introdutórios. 

Na escolha do medicamento, o profissional avalia remédios que o paciente já tomou, outras patologias, comorbidades e características. Então, se a pessoa tem mais problema com o ganho de peso, não será indicado um tratamento que pode agravar esse fator.

Para quem toma medicação, não é recomendável parar o uso por conta própria. Para algumas patologias, é ideal que o médico retire depois de um tempo. Porém, existem casos em que um tratamento de longo prazo ou contínuo se faz essencial. É importante destacar que a orientação médica e seguir as recomendações indicadas é fundamental!

Veja também!

- Prefeitura do Rio alerta para possíveis chuvas fortes

- CGU conclui que cartão de vacina de Bolsonaro foi alterado

- Moraes autorizou busca contra deputado Carlos Jordy a pedido da PGR

Confira o nosso canal 'Notícias RedeTV' no Youtube:

Recomendado para você

Comentários