09/10/2019 11:31:00 - Atualizado em 10/10/2019 06:06:00

OAB-RJ vai decidir se cassa as carteiras de Adriana Ancelmo e do ex-presidente da Fetranspor

Arthur Henrique - Redação/RedeTV!

Ex-primeira-dama foi proibida de usar documento para visitar Sérgio Cabral na cadeia


Adriana Ancelmo é ex-primeira-dama do Rio de Janeiro - (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ deve julgar processos disciplinares contra Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama do Rio e mulher do ex-governador Sérgio Cabral, e contra o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) José Carlos Lavouras.

O julgamente ocorre dia 17, na quinta-feira. Ambos podem ter a carteira de advogado cassada por envolvimento no esquema de corrupção liderado pelo ex-governador.

Contra a ex-primeira-dama, o tribunal tem como prova o fato de Adriana Ancelmo ter usado o seu escritório, no Centro do Rio de Janeiro, como uma das bases de operação para receber dinheiro de propina. 

Testemunha-chave no caso, a ex-secretária de Adriana Michele Thomaz Pinto revelou em depoimento à Justiça um esquema de entregas regulares de propina ao escritório. Ela era encarregada de receber e contar valores de Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Sérgio Cabral e um dos operadores da quadrilha, no escritório.

Segundo Michele, o escritório de Adriana recebia de Bezerra cerca de R$ 300 mil semanalmente. Ela detalha que fazia a contagem do valor e depois guardava em um cofre.

No fim de 2016, a inscrição da Adriana na OAB chegou a ser suspensa, mas foi reativada após 90 dias. No início de 2017, o Tribunal de Ética e Disciplina abriu um processo disciplinar contra ex-primeira-dama, que ainda segue em vigor.

Em março do ano passado, a OAB-RJ prorrogou por mais 90 dias a suspensão da carteira, prazo que expirou.

Após análise da 11ª Turma Julgadora, composta por no mínimo três e máximo de cinco advogados, a decisão será submetida ao Conselho Pleno. São necessários 54 dos 80 votos.

Visitas ao marido na prisão

Adriana Ancelmo fez uso de sua carteira da Ordem em duas ocasiões, em fevereiro deste ano, quando visitou o marido em Bangu 8, na zona oeste do Rio. Alvos da Operação Calicute, a ex-primeira-dama do Rio também chegou a ficar preso em Bangu, mas cumpre medidas cautelares atualmente. 

O juiz titular da Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio, Rafael Estrela, proibiu Adriana de visitar o ex-governador Sergio Cabral usando a prerrogativa de advogada, visto que ela não se encontra legalmente habilitada em nenhum do marido. Contudo, a ex-primeira-dama possui uma carteira de visitante e pode continuar entrando em Bangu 8 mediante essa condição.

Prisão

Adriana Ancelmo foi presa pela primeira vez no início de dezembro de 2016, 19 dias após Cabral ser detido. Ela responde a duas ações por envolvimento com o esquema do ex-governador do Rio, sendo que em uma delas foi condenada a quase 13 anos de prisão.

A ex-primeira-dama permaneceu no complexo de Bangu por 4 meses, quando deixou o presídio em março de 2017. Ela foi beneficiada com prisão domiciliar por cerca de 8 meses, até novembro de 2017, mas foi levada à prisão novamente, por decisão do Tribunal Federal Regional da 2ª Região (TRF-2)

Porém, poucas semanas depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes trocou a prisão preventiva da Adriana pelo regime de prisão domiciliar, que ela cumpria até ontem. Entre outros pontos, ele destacou o fato de ela ter filho menor de 12 anos.

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