04/10/2018 15:11:00 - Atualizado em 04/10/2018 17:34:00

MPF reforça pedido de condenação de Lula em 2ª ação na Lava Jato

Redação/RedeTV! com Agência Brasil

(Foto: Agência Brasil)

Em suas alegações finais apresentadas nesta quinta-feira (4), o Ministério Público Federal (MPF) reforçou o pedido de condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo processo contra ele na Operação Lava Jato. A ação trata de vantagens indevidas na aquisição de um terreno para o Instituto Lula, que teria sido fruto de propina da empreiteira Odebrecht.

"A figura que detinha a última palavra para as situações e as funções mais relevantes e estratégias, além do cargo de maior importância na República, era o então presidente Lula, vértice comum de todos esses esquemas criminosos", diz um trecho do documento enviados pelos procuradores ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância.

Para os procuradores, o ex-presidente decidiu sobre a montagem de um "esquema criminoso de desvio de recursos públicos destinados a enriquecer ilicitamente" e deve ser sentenciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Citando informações da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, os procuradores ainda apontam que Lula teve influência na nomeação e manutenção dos cargos de diretos da Petrobras como Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque - acusados e condenados por corrupção na estatal. 

Além de reforçar o apelo pela condenação de Lula, o MPF ainda pediu a condenação do empresário Marcelo Odebrecht, de Palocci e outros seis que também teriam envolvimento no esquema de aquisição do terreno.

Alegações finais

Segundo as alegações finais do MPF, ex-presidente cometeu o crime de corrupção passiva em nove ocasiões, enquanto Marcelo Odebrecht, então dirigente da empreiteira, teria atuado também em nove crimes de corrupção ativa. O documento detalha os crimes dos dois e dos demais réus nas operações. Além da condenação, os procuradores também solicitam o ressarcimento em dinheiro de valores relativos à propina que teria sido paga no âmbito do esquema, que somaria mais de R$ 70 milhões.

A partir de agora, as defesas terão um prazo para suas alegações finais. Após este período, o juiz responsável pelo caso, Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal da Subseção Judiciária de Curitiba (PR), emitirá a sentença.

Outro lado

Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht afirmou que, em relação às alegações finais apresentadas pelo MPF, a defesa destaca o reconhecimento do próprio MPF em relação à efetividade do acordo de colaboração de Marcelo Odebrecht, “lastreada em seu compromisso com a verdade real dos fatos a partir das provas produzidas nos autos com a participação do próprio Marcelo, que corroboram o quanto por ele relatado em seu acordo.” 

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