19/10/2018 09:51:00 - Atualizado em 19/10/2018 09:55:00

Turquia diz ter provas sobre sumiço de jornalista saudita

Ansa Brasil

O governo da Turquia anunciou nesta sexta-feira (19) que possui informações sobre o desaparecimento e possível assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, colaborador do "Washington Post".

O profissional de imprensa desapareceu no dia 2 de outubro, quando entrou na sede do consulado saudita em Istambul, na Turquia, para renovar seus documentos. Ele nunca deixou o prédio, o que levanta suspeitas de que tenha sido assassinado e esquartejado dentro do consulado, sob ordem da família real saudita. "Temos algumas informações e provas. Compartilharemos com todo o mundo os resultados da investigação", informou o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, sem dar detalhes das conclusões, mas sinalizando que o inquérito está próximo de ser concluído. Mais cedo, surgiram boatos na imprensa internacional de que a Turquia teria entregado um áudio que faria parte da investigação para os Estados Unidos, especialmente para o secretário de Estado do país, Mike Pompeo.

As autoridades turcas teriam uma gravação em áudio que indicaria que o Khashoggi fora morto dentro do consulado. "A Turquia não deu uma gravação de voz a Pompeo ou a qualquer autoridade norte-americana", garantiu Cavusoglu.

A Arábia Saudita, por sua vez, tem negado as alegações da Turquia de que Khashoggi teria sido assassinado e que seu corpo teria sido retirado do consulado em uma van.

Técnicos da polícia turca inspecionaram por cerca de três horas uma minivan preta que teria transportado o corpo desmembrado de Khashoggi. Os especialistas usaram uma substância chamada Luminol para detectar traços de sangue invisíveis a olho nu. O carro chegou à residência consular em Istambul às 15h09 locais do dia 2 de outubro, exatamente duas horas após o jornalista dar entrada no consulado.

De acordo com a rede americana "NBC", o Twitter suspendeu uma rede de bots (perfis automáticos) que promoviam o ponto de vista saudita em relação ao desaparecimento do jornalista. Jamal Khashoggi tinha 59 anos e deixou a Arábia Saudita em 2017, alegando que tinha sido banido das redes sociais e sofrido censura. No "Washington Post", o jornalista escrevia frequentemente sobre liberdade de imprensa no mundo árabe. Ao longo da carreira, fez duas críticas ao regime saudita. 


Desaparececimento do jornalista 
Jamal Khashoggi é cercado de mistério - (Divulgação/Middle East Monitor)

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