04/07/2017 18:17:00 - Atualizado em 04/07/2017 18:38:00

Policial que pediu namorado em casamento durante Parada LGBT faz desabafo e revela: "Sofri ameaças"

Redação/RedeTV!

Foto: Reprodução/Youtube

Um ano após ter o pedido de casamento viralizado nas redes sociais, Phil Adlem, o polícial inglês que 'pediu a mão' do namorado durante a Parada do Orgulho LGBT de Londres, confessou ter se arrependido amargamente da decisão.

Segundo escreveu Phil ao site do jornal britânico "The Guardian" em um artigo de opinião assinado, a exposição causada pelo pedido público trouxe consequências e repressões à sua vida, dentre elas ameaças de morte e mensagens abusivas de grupos anti-LGBT.

"Sempre tive pouco ou nenhum interesse nos meios de comunicação social. Então, de repente, ser o foco de um vídeo que se tornou viral internacionalmente foi inesperado e surreal, para dizer o mínimo. Acreditava que ele ficaria dentro da 'bolha' gay, como coisas semelhantes fazem todos os anos. No entanto, eu estava em uma alta emocional no rescaldo: tinha um noivo maravilhoso e estava recebendo mensagens incríveis de apoio de amigos e colegas", escreveu Adlem que, além de policial metropolitano, é orador em uma instituição de caridade LGBT e voluntário no trabalho com crianças sem-teto.

"Olhei os comentários online de uma publicação britânica. A maioria deles era fantástica. Algumas me fizeram rir pelo motivo errado", continou Phil, falando sobre um internauta que, em uma crítica, fez referência à atriz e ex-atleta transexual Caitlyn Jenner, identificada como Bruce Janner antes de assumir sua identidade trans. "Uma pessoa disse, em toda sua seriedade, 'outro gay tentando ficar famosos como o herói deles BRUCE JENNER'. Tive que perguntar ao meu noivo quem Bruce Jenner era depois de ler que ele era o meu herói. Mas meu sorriso não durou a medida que continuei lendo.

"'Os dois deveriam ser enforcados até a morte', 'Absolutamente repugnante' e 'Não culparia [o grupo terrorista] Isis se eles atirassem deles!'. Havia incontáveis mais, alguns com ameaças. Uma outra reação hostil no trabalho de um dos meus colegas e outra vinda de um velho amigo da faculdade foram o suficiente para eu desejar nunca ter feito isso [o pedido público]. Em retrospectiva, eu estava deixando opiniões de outras pessoas ditam minhas ações", continuou.

O profissional expôs ainda a vulnerabilidade a que pessoas LGBTs estão expostas e ressaltou a importância do apoio dentro e fora da comunidade. "Para cada pessoa que queria participar da luta, existe um motivo pelo qual isso ainda é importante. E se as estatísticas crescentes de crimes violentos, a tortura de homossexuais na Chechênia ou a agressão física das crianças não mostram para alguém que a luta é mais essencial do que nunca, então este pequeno artigo de opinião certamente não mostrará. Mas quando a comunidade LGBT é forçada a lidar com a violência, a criminalização e perseguição por décadas, todos devem ser capazes de lidar com a existência da Parada, sem atacar sua validade ou criando um 'orgulho hétero' sob uma noção ilusória de igualdade", finalizou.

Confira o vídeo do pedido especial:

Foto: Reprodução/Youtube

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