Jovem brasileiro morre na Bélgica e família pede ajuda para trazer o corpo
Sara Oliveira/RedeTV!Igor Victor Oliveira, de 24 anos, era natural de Anápolis (GO)
(Foto: Reprodução/Instagram)
Nascido e criado em Anápolis (GO), o jovem Igor Victor de Oliveira Alves, de 24 anos, completaria no próximo sábado (14) um mês vivendo em Bruxelas, na Bélgica, mas faleceu na quinta-feira (12) vítima de uma meningite bacteriana.
As informações foram relatadas ao portal da RedeTV! por Bruna Oliveira da Costa, prima de Igor, que criou uma vaquinha virtual para arrecadar o dinheiro necessário para o traslado.
Somente para trazer o corpo ao Brasil, a família precisa de R$ 50 mil e tem prazo de 15 dias para conseguir o valor. Se não conseguir o dinheiro no prazo estipulado pelo hospital, a família não sabe o que acontecerá com o corpo de Igor.
Ao portal da RedeTV!, Bruna contou que Igor era estudante de Direito na PUC Goiás, mas havia trancado a matrícula havia algum tempo e decidido viajar ao outro país para ganhar a vida. "Ele ia tentar a vida, foi pra procurar emprego lá", relata a prima.
Sintomas ainda no Brasil
Antes da viagem, ele já vinha sentindo dores de cabeça, conforme relatou aos familiares, mas tomava algum remédio e seguia o dia a dia. No avião rumo ao novo país, a situação se agravou.
"Ele já se queixava de dor de cabeça, tomava remédio e passava, mas no avião foi muito forte. Ele nos disse que teve uma dor de cabeça muito forte que até achou que a cabeça fosse explodir", relembra Bruna.
Nos primeiros dias em Bruxelas, as dores se tornaram mais frequentes e, de acordo com ela, Igor compartilhava com a família que estava indo todos os dias ao hospital. Em um deles, recebeu o diagnóstico equivocado de sinusite e voltou para casa.
"Ele não teve melhoras. Começou a ter convulsões e a ficar muito ruim", afirma Bruna. "Ele já não aguentava nem levantar da cama e foi levado de ambulância para outro hospital, onde diagnosticaram a meningite bacteriana e uma mancha no cérebro".
Mensagens à família e morte cerebral
(Foto: Reprodução/Instagram)
Internado quase durante semanas, Igor se comunicava com a família pelo celular. Sem passaporte, a mãe, a dona de casa Tereza, só conseguiu se comunicar com o filho através de mensagens de voz.
"Ele chegou a mandar um áudio para ela, pedindo para ela orar, que ele estava com uma bactéria. Já estava muito debilitado e dopado de remédios. A voz estava diferente", diz a prima.
No final de semana, ele foi levado a UTI e teve morte cerebral, mas, segundo Bruna, a família estava confiante de que ele voltaria. A irmã de Igor, Lorraine, era a única com passaporte válido e conseguir viajar ao país para acompanhá-lo e chegou na noite de quinta.
De acordo com a prima, Igor chegou a abrir os olhos e ver a irmã, mas não resistiu e faleceu minutos após ela ter chegado ao hospital. "Foi o tempo e ela chegar, orar com ele e, em 20 minutos, ele abriu os olhos e o coração parou", relatou.
O portal da RedeTV! entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, que informou que informou que "o Consulado do Brasil em Bruxelas ainda não foi contatado a respeito do caso", mas reforçou que prestará assistência consular cabível sobre os trâmites legais para o traslado de corpo "quando (e se) acionado por familiares ou amigos do nacional".
Questionado pelo portal da RedeTV!, o Itamaraty esclareceu que "não há previsão legal para o pagamento desses procedimentos pelo Governo Federal". "Quando um cidadão brasileiro falece no exterior e sua família opta por trazer seus restos mortais ao Brasil, os consulados brasileiros sempre procuram apoiar, mediante expedição de documentos (atestado de óbito, por exemplo); orientação à família; e, eventualmente, contato com autoridades locais para tentar agilizar os trâmites", explicou a pasta.
Doações
(Foto: Reprodução)
Nesta sexta-feira (13), Bruna criou uma página para arrecadar o valor necessário para o traslado. No primeiro dia, pouco mais de R$ 4 mil dos R$ 50 mil que a família precisa inicialmente foram doados por meio da página.
Além dos R$ 50 mil, a prima estima que a família possa precisar de mais ajuda financeira. Isso por conta dos gastos médicos com o hospital em Bruxelas e as passagens aéreas - de Igor e da irmã.
"A gente está colocando só o traslado, mas tem a passagem dele e da irmã que não foram pagos e os custos do hospital", informa Bruna. "Da primeira vez, ficou em 12 mil reais. Quando ele piorou e foi para a UTI, os médicos falaram que ele estava custando 100 mil euros por dia", acrescenta.
A prioridade, no entanto, é o traslado de Igor. "O que a gente mais quer mesmo é trazer ele e se despedir. Ele merece e a gente também".
Atualização: neste sábado (14), o valor arrecadado pela página ultrapassou os R$ 17 mil com 340 doadores.
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