08/09/2015 12:16:00 - Atualizado em 08/09/2015 13:08:00

Fotógrafo retrata trabalho infantil em fábrica de balões em Bangladesh

Redação RedeTV!

(Fotos: Zakir Chowdhury/Barcroft Media)

Crianças em Bangladesh deixaram a infância de lado para passar 11 horas diárias trabalhando em fábricas especializadas em balões de festa em condições análogas à escravidão. No final do mês, cada uma recebe £ 6,50 (cerca de R$ 38), utilizado apenas para que sua família consiga comer. As informações são do "Daily Mail".

Foi papel do fotógrafo Zakir Chowdhury registrar essa rotina de crianças sem infância em fábricas de Bangladesh. Segundo ele, são aproximadamente "cinco milhões de crianças, entre 5 e 14 anos, que são submetidos ao trabalho escravo no país, em fábricas ou em garagens".

"Muitos garotos e garotas que trabalham não têm acesso à educação e tornam-se presos em trabalhos de baixa remuneração e baixa qualificação, o que os liga ainda mais ao ciclo da pobreza", acrescentou.

O trabalho infantil no país asiático é formalmente ilegal, mas frequente na prática. Os jovens, muitos com idade inferior aos 10 anos, entram para trabalhar às 6h da manhã e são dispensados apenas às 17h. Com o salário mensal muito abaixo do que a lei de Bangladesh permite - £ 41,80 (R$ 244), - os garotos são submetidos à condições precárias.

Coberto por pó e sujeira, o menino Apu, de 12 anos, conta que começou a trabalhar ainda muito pequeno para sobreviver. "Meu pai abandonou a mim e a minha mãe quando eu tinha cinco anos, e minha mãe cuida de mim desde então. Agora, eu trabalho para ajudar minha mãe", relatou.

O jovem Ruma, de 11 anos, afirma que nunca foi para a escola. "Eu não gosto de estudar. Meu pai é um assalariado diário, mas o que ele ganha não é suficiente para nós. Eu estou ajudando ele financeiramente trabalhando aqui", informou o garoto.

No entanto, donos das fábricas acreditam que estejam ajudando os jovens. "Na minha fábrica, todas as crianças trabalhadoras são como meus filhos, eu dou a mesma oportunidade para todos", comentou Zakir Hossain, dono da fábrica produtora de balões. "Eles trabalham para ajudar suas famílias. Eu espero que eles sejam educados no futuro e se tornem independentes".

A esposa dele também alega que, se as crianças não trabalhassem com eles, "provavelmente estariam roubando". "Aqui é melhor e as famílias das crianças se sentem seguras", concluiu ele.

A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que um milhão de crianças entre 10 e 14 anos já trabalham, mas aponta que o número é ainda maior se expandidas as idades pesquisadas - incluindo adolescentes. 

Zakir Hossain, dono de fábrica produtora de balões para festas, acredita que faz o bem para as crianças (Foto: Barcroft)

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