'Eu me senti repugnante', diz jovem que teve fotos íntimas vazadas pelo ex

A britânica Ella Robinson (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Após sete meses de namoro, a britânica Ella Robinson, de 23 anos, decidiu terminar o relacionamento e, por "vingança" do ex-namorado, acabou se tornando mais uma vítima do vazamento de fotos íntimas. 

"Eu me senti repugnante. Eu não queria mais sair de casa quando aconteceu", conta Ella, segundo o jornal britânico Daily Mail. "Foi horrível saber que fotos íntimas foram postadas na internet", acrescenta a jovem.

Além de divulgar as fotos, tiradas enquanto Ella estava bêbada, Richard Crabtree, de 34 anos, ainda passou a enviar mensagens ameaçadoras. 

"Eu fiquei muito vulnerável na época. Ele estava me assediando constantemente e enviava mensagens horríveis", descreve a jovem, que mora em Solihull (Inglaterra). "Isso tudo porque ele simplesmente não aceitava que eu tivesse terminado com ele".

Julgado pela corte de Birmingham, o homem foi condenado pelos crimes de assédio e divulgação de fotos íntimas. A pena: 20 dias de trabalho comunitário, o que chocou Ella. Para a britânica, o correto teria sido condená-lo à prisão.

"Fiquei absolutamente consternada. [A pena] não é o suficiente pelo que ele fez. Essa situação toda realmente me afetou fisicamente e psicologicamente - mais psicologicamente do que qualquer coisa", afirma ela. "Eu confiei nele e não sabia do que ele era capaz. Eu provavelmente não serei capaz de confiar em ninguém por um bom tempo".

Agora, Ella vive com medo de acabar encontrando com o ex-namorado, que mora na vizinhança. Além disso, ela ainda precisa lidar com o fato de que fotos suas, ao lado de Richard, continuam na página dele no Facebook, já que não têm conteúdo sexual ou nudez.

Leis

O caso de Ella aconteceu no final do ano passado, antes da aprovação de uma nova lei para casos como o dela. Desde abril, a divulgação de fotos íntimas sem consentimento é proibida e a pena máxima é de dois anos. Mais de 200 casos foram registrados desde que a lei entrou em vigor. 

No Brasil, o responsável pelo vazamento de fotos íntimas pode responder por difamação e injúria. A Lei 12.737/2012 só caracteriza o vazamento de fotos íntimas como crime se houver a invasão de aparelhos eletrônicos, como celulares e tablets, para conseguir os dados particulares - como teria acontecido no caso do ator Stênio Garcia, que teve fotos íntimas com a esposa divulgadas na internet. 

De acordo com a ONG Safernet, que monitora crimes e violações na internet, o número de casos como este tem aumentado em todo o país. De 101, em 2013, para 224 em 2014.