03/11/2020 19:40:00 - Atualizado em 03/11/2020 19:57:00

Entenda as principais diferenças entre as eleições para presidente nos Estados Unidos e no Brasil

Kaique Lima/RedeTV!

Votos antecipados e regras eleitorais por estado são grandes diferenciais entre as disputas

(Fotos: Reprodução/Instagram)

Milhões de americanos irão às urnas nesta terça-feira (3) para decidir quem comandará os rumos da nação pelos próximos quatro anos. Esta data marca apenas o fechamento das urnas, já que mais de 100 milhões de eleitores já votaram de forma antecipada, seja pelo Correio ou em postos de votação espalhados pelos Estados Unidos.

Este contingente corresponde a mais da metade das pessoas que compareceram às urnas em 2016, o que dá a entender que o número de eleitores será maior, o que é um fator importante, já que o voto no país não é obrigatório.

Entretanto, um fator que gera uma série de dúvidas nos estrangeiros que acompanham a cobertura das eleições dos Estados Unidos e até mesmo de alguns cidadãos americanos é o sistema eleitoral do país, a forma como os votos são contabilizados e também como é definido o vencedor do pleito.

Colégio Eleitoral

(Reprodução/ShareAmerica.GOV)

Assim como o voto antecipado e a não obrigatoriedade do voto para os cidadãos adultos, outra grande diferença entre as eleições nos Estados Unidos e as eleições no Brasil é o modo como os votos são contabilizados.

Diferente de como acontece por aqui, em que a eleição presidencial é uma só, e quem obtém a maioria dos votos populares leva a disputa, por lá, pode-se dizer que existem 51 eleições diferentes, uma em cada estado e outra no Distrito de Columbia (um equivalente ao nosso Distrito Federal), com cada estado tendo diferentes leis eleitorais, métodos de contagem e pesos diferentes na disputa nacional.

Uma parte importante da participação dos estados, ou colégios eleitorais, na disputa são os chamados votos eleitorais, também conhecidos como “delegados”, que são quem decidem de fato o vencedor da eleição. Neste sistema, o candidato que consegue mais votos únicos, que são os dos eleitores, em um determinado estado, leva todos os delegados de lá.

No total, são 538 votos eleitorais e ganha o candidato que conseguir a maioria deles, ou seja, 270 ou mais. Cada estado tem uma determinada quantidade de delegados, com este número sendo proporcional ao número de habitantes daquela localidade.

Os principais colégios eleitorais são a Califórnia, com 55 delegados, o Texas, que tem 38, Nova Iorque e a Flórida, com 29 cada um. Entretanto, existe uma divisão clara de para onde vão os votos de cada estado, com alguns tendo uma tradição democrata, os chamados “blue states” (estados azuis) e os “red states” (estados vermelhos), que são de tradição republicana.

Estados-chave

Porém, existem alguns estados que não possuem uma tradição clara, já tendo eleito candidatos democratas e também candidatos republicanos, estes são os chamados “swing states”, ou “estados pêndulo”, que seriam mais “indecisos” e balançam entre um partido e outro a depender de determinados fatores, como promessas de políticas econômicas e de política externa.

Por serem grandes pontos de interrogação e terem um humor bastante inconstante a cada disputa, esses estados são considerados os mais importantes em uma eleição e os candidatos costumam focar suas campanhas neles a fim de conseguir mais delegados.

Porém, como se trata de uma tradição, um estado que é tido como azul ou vermelho pode mudar seu candidato e eleger um outro em determinada eleição, como aconteceu com a Pensilvânia em 2016.

O estado do nordeste americano, que elege um total de 20 delegados, tinha uma tradição democrata, porém, em 2016, acabou dando seus delegados para o republicano Donald Trump. Uma vitória que foi decisiva para que o magnata fosse eleito, mesmo tendo uma menor quantidade de votos individuais.

Para 2020, a Pensilvânia é considerada uma incógnita, com as principais pesquisas apontando uma vitória apertada de Joe Biden, do Partido Democrata. Outros estados que devem ser decisivos para apontar o vencedor este ano são Flórida, com 29 delegados, Michigan com 16, Wisconsin e Minnesota, com 10, o Arizona, com 11, Iowa e Nevada com 6 cada.

Para entender melhor como funciona o sistema eleitoral americano e também como um candidato pode vencer uma eleição mesmo obtendo um menor número de votos, confira o último RedeTV! Explica, que abordou este tema.

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