23/10/2020 08:28:00 - Atualizado em 23/10/2020 08:29:00

Em debate civilizado, Trump e Biden divergem sobre pandemia

Ansa

Quase 50 milhões de norte-americanos já votaram antecipadamente


(Foto: AP Photo/Morry Gash, Pool)

Em um debate mais civilizado, muito graças à decisão da organização de silenciar microfones, os candidatos à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump e Joe Biden discutiram e divergiram sobre a gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e trocaram ataques pessoais na noite desta quinta-feira (22). Esse foi o último debate antes das eleições de 3 de novembro.

O primeiro tema da noite foi a Covid-19. Trump afirmou que a pandemia "está passando" e "está indo embora", e que uma "vacina está chegando". Por sua vez, o democrata colocou em pauta a quantidade de óbitos no país, mais de 222 mil mortes, e disse que o mandatário é o responsável pelas mortes porque, "até hoje, ele não tem nenhum plano".

"Um presidente responsável por tantas mortes não pode permanecer no poder. O presidente Trump mentiu e mente para o país. As pessoas continuam morrendo. Esse é o mesmo sujeito que disse que tudo terminaria na Páscoa", afirmou Biden lembrando de uma das primeiras falas do mandatário na pandemia.

"Eu assumo toda a responsabilidade. Não é minha culpa se está aqui. A culpa é da China", se enrolou na resposta o republicano.

Relações Exteriores e impostos

Os dois candidatos também elevaram a temperatura na discussão sobre questões envolvendo o exterior - tanto nas relações internacionais como nas acusações sobre envolvimentos com empresas estrangeiras.

Trump fez uma série de acusações, sem explicar muito, sobre "milhões que você [Biden] recebeu de Moscou" e sobre as supostas ligações de Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente com empresas chinesas e russas.

Biden respondeu usando uma revelação do jornal "The New York Times", que afirma que Trump manteve uma conta secreta na China que pagou mais de US$ 180 mil em impostos para o governo chinês.

"Nós soubemos que esse presidente 50 vezes mais imposto na China, tem uma conta secreta na China, fez negócios na China e agora fala que eu peguei dinheiro? Eu não peguei nenhum centavo de nenhum país nunca. O cara que teve problemas na Ucrânia foi esse cara, que tentou subornar o governo deles para dizer algo negativo sobre mim", acusou o democrata.

Trump se defendeu dizendo que "não ganha dinheiro na China" e que desistiu de fazer negócios no país asiático antes de se lançar candidato à presidência.

Sobre a Rússia, o republicano disse que "nunca ninguém foi tão duro" com o governo de Moscou como ele. Já Biden afirmou que "se eleito, farei Moscou, Pequim ou Teerã pagar um preço alto por tentarem interferir nas eleições".

A Coreia do Norte também entrou em pauta, com o atual presidente afirmando "ter uma relação muito boa com Kim Jong-un" e que essa postura "evitou uma guerra". O democrata, por sua vez, chamou o ditador norte-coreano de "delinquente".

Biden ainda atacou o atual mandatário pela revelação de que 545 crianças foram separadas dos seus pais na fronteira com o México e que, há dois anos desse fato, as autoridades norte-americanas não conseguem localizar os pais delas.

"Eles roubaram as crianças de suas mães e agora estão sozinhas, não sabem para onde ir", disse Biden chamando a iniciativa de "criminosa". Trump, por sua vez, disse que "nós não separamos" ninguém e que as prisões foram construídas por Barack Obama.

Racismo

Outro tema que foi abordado foram as manifestações antirracistas nos EUA e, diferente do primeiro debate, Biden acusou Trump de ser "um dos presidentes mais racistas da história moderna do nosso país" e que ele joga "combustível em cada incêndio racista" que ocorre atualmente.

Por sua vez, o republicano repetiu a frase que vem dizendo ao longo dos meses que "desde Abraham Lincoln, nenhum presidente fez mais pelos negros do que eu", sem detalhar "seus feitos".

Votação antecipada

Quase 50 milhões de norte-americanos já votaram de maneira antecipada nas eleições deste ano, informa o US Elections Projects. Mais precisamente, até as 7h desta sexta-feira, eram 49.313.897 votos, sendo 34.861.168 votos por correio e 14.452.729 eleitores que votaram presencialmente.

Os estados com a maior quantidade de eleitores antecipados são Texas, com 5.905.152, seguido pela Califórnia, com 5.802.511, e Flórida, com 4.253.102.

Os números são recordes absolutos na história norte-americana, também por conta da ampliação da possibilidade de voto antecipado por conta da pandemia. Para se ter ideia, no pleito de 2016, 128.838.341 eleitores votaram.

Segundo projeções do US Elections Project, as eleições deste ano devem bater o recorde de afluência de 1908, com 150 milhões de eleitores (65% dos eleitorado).

Veja também!

>>> "Se seguir nessa linha, teremos que judicializar", diz Doria sobre vacina

>>> "Um manda e o outro obedece", diz Pazuello sobre Bolsonaro

>>> MG: menina de 11 anos é vítima de estupro coletivo e família é ameaçada de morte; ato foi filmado

 

Assista aos vídeos e inscreva-se no canal da RedeTV! no YouTube

Recomendado para você

Comentários