Corte internacional decide que Chile não é obrigado a negociar acesso ao mar com Bolívia
Redação/RedeTV!A Corte Internacional de Justiça (CIJ), que é o principal órgão de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU), rejeitou nesta segunda-feira (1) a demanda da Bolívia de forçar o Chile a negociar um acesso soberano do país ao Oceano Pacífico. Em um processo iniciado por La Paz há 5 anos, foram 12 votos contra e 3 a favor.
"Por 12 votos contra 3, a República do Chile não está obrigada juridicamente a negociar um acesso soberano ao oceano Pacífico para o Estado plurinacional da Bolívia", afirma a sentença lida pelo presidente do tribunal, Abdulqawi Ahmed Yusuf, que refutou todos os argumentos apresentados pelo governo da Bolívia para a reivindicação.
A decisão afeta diretamente o presidente boliviano, Evo Morales, que contava com o acesso ao mar para reforçar sua nova candidatura. Morales estava no tribunal holandês para acompanhar o anúncio da decisão.
Em 2013, a Bolívia apresentou uma demanda ao tribunal de Haia, nos Países Baixos, contra o país vizinho para obter acesso ao Oceano Pacífico. La Paz havia perdido a possibilidade de ver o mar em na Guerra do Pacífico, no século XIX, expecificamente em 1904, quando cedeu 400 quilômetros de costa e 120 mil quilômetros quadrados de território em tratado de fronteira.
"É muito importante que o governo boliviano, e em particular Evo Morales, reconheça este resultado e mude sua atitude em relação ao Chile", afirmou Ricardo Lagos Weber, senador chileno, que representou a nação em Haia junto ao agente Claudio Grossman.
O presidente do país, Sebastian Pinera, não compareceu ao tribunal para acompanhar o julgamento, mas discursou logo após os resultados (veja o vídeo abaixo). O ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, também não estava presente.
[EN VIVO] Declaraciones tras el fallo de la Corte de La Haya #ChileEnLaHaya https://t.co/mN2i5kRRnu
— Sebastian Piñera (@sebastianpinera) 1 de outubro de 2018