Brasil reconhece Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela
Redação/RedeTV! com Agência Brasil e AnsaO governo brasileiro confirmou nesta quarta-feira (23) que reconhece oficialmente o líder de oposição e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela.
"O Senhor Juan Guaidó, Presidente da Assembleia Nacional venezuelana, assumiu hoje, 23/01, as funções de Presidente Encarregado da Venezuela, de acordo com a Constituição daquele país, tal como avalizado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). O Brasil reconhece o Senhor Juan Guaidó como Presidente Encarregado da Venezuela. O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela", diz a nota do Itamaraty.
O comunicado foi replicado pelo presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter.
Venezuela: pic.twitter.com/PC2ezDhld1
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 23 de janeiro de 2019
Reconhecimento de Trump
A decisão veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecer Guaidó como presidente em exercício da Venezuela. A declaração foi divulgada pela Casa Branca na sua conta no Twitter de forma objetiva. Guaidó se declarou nesta quarta-feira presidente da República em exercício e prometeu promover eleições gerais.
No Twitter da Casa Branca foi publicado que o “Presidente Donald Trump reconheceu oficialmente o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Juan Guaidó, como o presidente interino da Venezuela.”
Cerca de 30 minutos depois, em sua conta oficial, o presidente norte-americano escreveu que “os cidadãos da Venezuela sofreram muito tempo nas mãos do regime ilegítimo de Maduro” e depois confirmou que reconheceu Guaidó como presidente interino do país sul-americano.
The citizens of Venezuela have suffered for too long at the hands of the illegitimate Maduro regime. Today, I have officially recognized the President of the Venezuelan National Assembly, Juan Guaido, as the Interim President of Venezuela. https://t.co/WItWPiG9jK
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 23 de janeiro de 2019
Manifestações e mortes
Ao menos cinco pessoas morreram nos protestos iniciados na noite de ontem (22) e ainda em curso na Venezuela, informaram as autoridades locais. De acordo com o Ministério Público da Venezuela, quatro pessoas morrera durante confrontos na madrugada no estado de Bolívar.
A quinta vítima é um jovem de 16 anos, identificado como Alixon Pisani, atingido por um tiro em Cata, um bairro da capital Caracas. Por sua vez, a ONG local Foro Penal Venezolano (FPV) informou que 43 pessoas foram presas nos protestos e que há relatos de "vários feridos" nas últimas 48 horas. As manifestações foram convocadas pela oposição e pedem a derrubada do governo de Nicolás Maduro, que tomou posse em 10 de janeiro, apesar de ser considerado ilegítimo pela oposição e criticado por vários países.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política, econômica e social, com escassez de alimentos e medicamentos, o que levou milhares de venezuelanos a imigrarem do país. A fome e a desnutrição atinge grande parte da população. Um dos protestos ocorreu na Praça João Paulo II, em Caracas. Mas há relatos em várias partes do país de confrontos entre manifestantes e policiais, que usam gás lacrimogêneo.
Além da capital, os venezuelanos saíram às ruas em Barquisimeto, Maracaibo, Barinas e San Cristobal. Ao mesmo tempo, estão ocorrendo três marchas em Caracas de simpatizantes e apoiadores de Maduro, o que eleva a tensão no local.