23/01/2019 17:29:00 - Atualizado em 23/01/2019 19:21:00

Brasil reconhece Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela

Redação/RedeTV! com Agência Brasil e Ansa

O governo brasileiro confirmou nesta quarta-feira (23) que reconhece oficialmente o líder de oposição e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela

"O Senhor Juan Guaidó, Presidente da Assembleia Nacional venezuelana, assumiu hoje, 23/01, as funções de Presidente Encarregado da Venezuela, de acordo com a Constituição daquele país, tal como avalizado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). O Brasil reconhece o Senhor Juan Guaidó como Presidente Encarregado da Venezuela. O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela", diz a nota do Itamaraty.

O comunicado foi replicado pelo presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter. 

Reconhecimento de Trump

A decisão veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecer Guaidó como presidente em exercício da Venezuela. A declaração foi divulgada pela Casa Branca na sua conta no Twitter de forma objetiva. Guaidó se declarou nesta quarta-feira presidente da República em exercício e prometeu promover eleições gerais.

No Twitter da Casa Branca foi publicado que o “Presidente Donald Trump reconheceu oficialmente o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Juan Guaidó, como o presidente interino da Venezuela.” 

Cerca de 30 minutos depois, em sua conta oficial, o presidente norte-americano escreveu que “os cidadãos da Venezuela sofreram muito tempo nas mãos do regime ilegítimo de Maduro” e depois confirmou que reconheceu Guaidó como presidente interino do país sul-americano.

Manifestações e mortes

Ao menos cinco pessoas morreram nos protestos iniciados na noite de ontem (22) e ainda em curso na Venezuela, informaram as autoridades locais. De acordo com o Ministério Público da Venezuela, quatro pessoas morrera durante confrontos na madrugada no estado de Bolívar.

A quinta vítima é um jovem de 16 anos, identificado como Alixon Pisani, atingido por um tiro em Cata, um bairro da capital Caracas. Por sua vez, a ONG local Foro Penal Venezolano (FPV) informou que 43 pessoas foram presas nos protestos e que há relatos de "vários feridos" nas últimas 48 horas. As manifestações foram convocadas pela oposição e pedem a derrubada do governo de Nicolás Maduro, que tomou posse em 10 de janeiro, apesar de ser considerado ilegítimo pela oposição e criticado por vários países.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política, econômica e social, com escassez de alimentos e medicamentos, o que levou milhares de venezuelanos a imigrarem do país. A fome e a desnutrição atinge grande parte da população. Um dos protestos ocorreu na Praça João Paulo II, em Caracas. Mas há relatos em várias partes do país de confrontos entre manifestantes e policiais, que usam gás lacrimogêneo.

Além da capital, os venezuelanos saíram às ruas em Barquisimeto, Maracaibo, Barinas e San Cristobal. Ao mesmo tempo, estão ocorrendo três marchas em Caracas de simpatizantes e apoiadores de Maduro, o que eleva a tensão no local.

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