08/12/2025 15:15:00 - Atualizado em 08/12/2025 15:15:00

Morte de Benício: médica admite ter prescrito adrenalina na veia "erroneamente"

Ana Souza/RedaçãoRedeTv!

 Prontuário e mensagens de WhatsApp confirmam erro de Juliana Brasil, que tentou responsabilizar a mãe do garoto de seis anos

(Foto:Divulgação)

A médica Juliana Brasil, responsável por administrar adrenalina diretamente na veia do menino Benício Xavier Freitas, de apenas seis anos, teria assumido o erro tanto em mensagens via WhatsApp quanto em um prontuário médico ao qual a CNN Brasil teve acesso. Segundo a investigação da Polícia Civil do Amazonas, após a morte da criança, a profissional tentou adulterar a própria prescrição para se isentar de culpa.

O caso é investigado em Manaus, no Hospital Santa Júlia, e ocorreu em 23 de novembro. O garoto havia sido levado à unidade pelos pais com suspeita de faringite.

No documento, a médica confirmou ter prescrito “erroneamente adrenalina por via endovenosa”. Contudo, em um primeiro momento, ela teria tentado responsabilizar a mãe do menino pela administração incorreta da medicação. Em sua defesa, a médica afirmou: “Orientei verbalmente a mãe qual seria minha conduta de todas as medicações e sinalizei adrenalina via inalatória. Inclusive a mesma alertou e insistiu tal orientação antes da administração por via venosa”.

Em seu depoimento, a mãe do garoto contestou a versão da médica, afirmando que, apesar de seus alertas à equipe, a técnica de enfermagem seguiu a prescrição escrita pela Dra. Juliana Brasil, que indicava “adrenalina por via endovenosa”. O delegado Marcelo Martins, responsável pela investigação, disse à CNN Brasil que testemunhas relataram que a médica tentou alterar a própria prescrição para apagar a indicação da adrenalina via endovenosa após o ocorrido.

Logo após a primeira aplicação da dose, o menino começou a passar mal. A família informou que houve demora no atendimento da unidade hospitalar. O pai de Benício, Bruno Freitas, relatou à TV 'A Crítica' o sofrimento do filho: “Presenciei três paradas. Ajoelhei ao lado do leito, rezei, gritei, pedi para ele voltar. Na terceira vez, percebi que ele já estava sofrendo. Saí para avisar minha esposa que ele estava muito mal. Em seguida, a médica veio e disse que ele havia falecido”.

A família registrou um boletim de ocorrência sobre a morte.

Relembre o caso

O caso que resultou na morte do menino Benício Xavier Freitas, de apenas seis anos, teve início no dia 23 de novembro, quando ele foi levado ao Hospital Santa Júlia, em Manaus (AM), pelos pais, com suspeita de faringite. No local, ele foi atendido pela médica Juliana Brasil, que prescreveu doses de adrenalina. A profissional indicou a aplicação do medicamento diretamente na veia, ou seja, por via endovenosa.

Segundo os depoimentos colhidos na investigação, mesmo após a mãe do menino alertar a equipe médica sobre a forma de administração, a técnica de enfermagem teria seguido a orientação expressa pela médica: adrenalina por via endovenosa. Logo após a primeira aplicação, Benício começou a passar mal e disse que o coração estava queimando. Às 23h daquela noite, ele foi levado para a sala vermelha e intubado na UTI. Durante a madrugada, começou a ter paradas cardíacas. Ele continuava instável, com oscilações rápidas na oxigenação. Minutos depois, apresentou piora e não respondeu às manobras de reanimação. A criança teve seis paradas cardíacas ao todo

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