03/02/2025 15:59:00 - Atualizado em 03/02/2025 16:04:00

Geração Z e a dança das cadeiras no mercado de trabalho: por que eles trocam tanto de emprego?

Ana Souza com supervisão de Evelyn Mendes / Redação RedeTV

68% dos trabalhadores jovens no país demonstram interesse em um novo emprego

(Foto:Freepik)

Uma pesquisa divulgada recentemente pelo LinkedIn revelou que a busca por novas oportunidades de trabalho segue em alta entre os brasileiros, com destaque para a Geração Z (nascidos entre 1996 e 2012). Segundo o levantamento, 68% dos profissionais dessa faixa etária pretendem mudar de emprego em 2025.

Mas por que a Geração Z tem tanta rotatividade no mercado de trabalho? Para entender melhor esse fenômeno, o Portal RedeTV entrevistou dois especialistas: a psicóloga clínica Bárbara Sobral e o professor de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, Gustavo Nascimento.

Segundo eles, um dos principais fatores que impulsionam a alta taxa de mudança de emprego entre os jovens é a falta de valorização, o tempo gasto com transporte público e a pouca flexibilidade oferecida pelas empresas.

De acordo com Bárbara Sobral, “há pessoas que gastam duas horas no transporte para ir ao trabalho e mais duas para voltar, totalizando quatro horas diárias. Esse tempo não é contabilizado na carga horária, mas, na prática, compromete uma grande parte do dia”, explicou.

Já o professor Gustavo Nascimento pontuou que a Geração Z busca qualidade de vida e um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. “Eles precisam perceber que não estão apenas trabalhando, mas que existe um equilíbrio. Que possam ir para casa, ter um hobby, horários mais flexíveis e produzir com base em demandas e resultados, sem abrir mão da qualidade de vida e da recompensa pelo que fazem”, afirmou.

A Dra. Sobral trouxe ainda uma nova perspectiva, destacando que a Geração Z não rejeita a cultura do trabalho, mas entende que há outros valores que também precisam de atenção.

“Essa geração está evoluindo muito nesse aspecto, o que vejo como algo extremamente positivo. Pensando na perspectiva do indivíduo, a vida de uma pessoa é composta por diversas áreas, como na ‘roda da vida’. Nela, temos o trabalho (vida profissional), mas também a vida pessoal, a saúde, a vida social, a espiritualidade e os hobbies. Todas essas áreas são importantes, mas, por muito tempo, foram negligenciadas”, ressaltou.

O psicólogo Gustavo Nascimento destacou que, se o jovem não enxergar um propósito naquilo que faz e não tiver um plano de carreira, ele buscará outra oportunidade.

“Se ele não enxergar possibilidades de crescimento dentro da organização, com um plano efetivo de carreira, ele vai embora. Ele não tem mais aquela mentalidade da minha geração, de ficar 15, 20 anos na mesma empresa. Se o trabalho não atender às suas expectativas, ele simplesmente troca”, finalizou.

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