27/09/2024 16:24:00 - Atualizado em 27/09/2024 20:08:00

Caso Tata Estaniecki: o que fazer e como ajudar os cães em caso de calor extremo?

Yasmin de Souza, sob supervisão de Tainá Fernandes

Segundo especialistas, as raças mais afetadas são os cães braquicefálicos, que possuem focinho achatado

(Foto: Reprodução/Instagram)

Recentemente, Tata Estaniecki anunciou o falecimento da sua cachorrinha após um passeio e chamou atenção do público para os impactos do calor extremo nos animais de estimação. O ‘Portal da RedeTV’ conversou com especialistas para debater sobre o tema.

A médica veterinária Juliana Rocha Santos, formada pela Universidade Santo Amaro, explicou que a temperatura dos cães já é naturalmente mais alta que a dos seres humanos, o que facilita o superaquecimento dos animais, podendo levar à exaustão e insolação.

“Os cachorros possuem a temperatura mais elevada que a do ser humano e não possuem glândulas sudoríparas para transpirar, isso faz com que eles superaqueçam com mais facilidade”. “Essas condições podem acarretar danos aos órgãos e, se não não houver intervenção imediata, pode ser fatal. Além disso, o calor intenso pode provocar queimaduras nas patas (no caso de contato com asfalto muito quente), problemas respiratórios (no caso de raças específicas), e até mesmo desidratação”, destacou.

A especialista esclareceu quais os primeiros sinais que um cão apresenta em caso de dificuldade com as temperaturas altas e pontuou quais medidas o tutor deve tomar.

“Os sinais mais comuns incluem respiração ofegante, letargia, inquietação, salivação excessiva, falta de apetite, tremores e, em casos mais graves, convulsões”. “Ao primeiro sinal de superaquecimento, leve seu animal para o local mais fresco possível, com ventilador ou ar condicionado, tente oferecer água fresca, passar uma pedra de gelo na barriga do animal pode ajudar. Coloque panos ou toalhas úmidas na região do pescoço, axilas e barriga. Molhar delicadamente as patas e as orelhas com água fria também pode ajudar.  Caso nada disso ajude, corra imediatamente ao veterinário mais próximo”, completou.

Segundo Juliana Rocha, as raças mais afetadas com o calor extremo são os cães braquicefálicos, que possuem focinho achatado, como Pug, Buldogue Francês, Buldogue Inglês e Cavalier. Todavia, os outros de raças grandes como Chow Chow, Golden Retriever e Galgo também podem ser impactados.

“Caso você tenha raças de focinho achatado, evite fazer exercícios físicos ou passeios mais intensos. Água gelada, cubos de gelo e frutas com alta quantidade de água, também podem manter seu pet fresquinho. E lembre-se: nunca deixe seu animal trancado dentro do seu veículo em dias quentes… Seja a pessoa que seu cachorro acha que você é, cuide sempre da saúde e bem estar dele, e ele será eternamente grato”, aconselhou.

Os tutores também devem se cuidar!

Os cuidados durante o calor intenso se extendem aos tutores. O ‘Portal da RedeTV!’ conversou o Dr. Henrique Carrascossi, clínico geral e nefrologista. Ele ressaltou que os seres humanos são homeotérmicos, ou seja, devem manter a temperatura corporal entre 35 e 37 graus.

“Em temperaturas muito altas, o nosso corpo demanda mais energia, e mais mecanismos para manter essa temperatura. Por exemplo, em um calor de 45 C, se a nossa temperatura corporal subir para isso, nossas células se degradam, e isso faz com que nosso corpo consuma mais energia, e nossas proteínas perdem a função”, explicou.

Segundo o médico, os principais sintomas de desidratação incluem mal-estar, fraqueza muscular, confusão mental, queda de pressão, convulsões, perda de consciência, dor de cabeça e boca seca.

“Idosos e crianças. Os idosos têm menos água no corpo e, devido ao envelhecimento, sentem menos sede, o que pode levar à desidratação grave e até ao óbito. Já as crianças têm bastante líquido no corpo, mas precisam manter essa quantidade, e a desidratação pode afetá-las rapidamente”, acrescentou.

Carrascossi afirmou também que em períodos mais quentes as pessoas produzem menos: “O calor faz com que as células do nosso cérebro (nossos neurônios), se desidratem gerando uma indisposição e falta de concentração. Dificultando o trabalho, o desempenho das funções e pensamento. Tudo isso pode influenciar no desempenho profissional também, e no dia a dia.”

Ainda conforme o especialista, devemos investir em hidratação constante e evitar ambientes quentes, especialmente nos horários de pico. “Não espere sentir sede para beber água, pois a sede já é um sinal de desidratação”, alertou.

“Um mecanismo para mantermos a temperatura corporal é o suor, então se você se hidrata bem, vai conseguir repor esse suor, e esse líquido que você está perdendo, e isso faz com que você consiga minimizar os efeitos negativos do calor”, finalizou.

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