26/05/2020 10:06:00

Companhia aérea Latam pede recuperação judicial nos Estados Unidos

Redação/RedeTV!

Afiliadas do grupo no Brasil, Argentina e Paraguai não foram afetadas no processo de reestruturação e negociação com credores; unidade brasileira negocia com governo ajuda para sair na crise


(Foto: Latam/Divulgação)

A companhia aérea Latam Airlines pediu recuperação judicial nos Estados Unidos nesta terça-feira (26) por conta dos impactos da crise causada pela pandemia do coronavírus nas operações da companhia. Entram no pedido, além da operação norte-americana da empresa, as afiliadas no Chile, Peru, Colômbia e Equador.

As subsidiárias do grupo no Brasil, Argentina e Paraguai não estão envolvidas no processo de reestruturação de dívida sob a proteção do Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos, que permite um prazo para que as empresas se reorganizem financeiramente.

De acordo com a Latam brasileira, a empresa discute com o presidente Jair Bolsonaro ajuda para sair da crise. Em nota, a companhia informou que "a entidade da LATAM no Brasil está em discussão com o governo brasileiro sobre próximos passos e suporte financeiro às operações brasileiras".

A operação da empresa em solo nacional foi reduzida em 95% em abril e maio, com apenas algumas rotas internacionais permanecendo ativas, como a ligação entre São Paulo e Miami (EUA) e também com Frankfurt, na Alemanha. Dos 750 voos diários realizados no Brasil antes da epidemia de covid-19, hoje restam apenas 35.

A companhia é a segunda aérea da América Latina a fazer uma solicitação do tipo em meio à crise da pandemia. Há duas semanas, a Avianca Holdings também entrou com pedido de recuperação judicial.

"A LATAM Airlines Group S.A. e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos iniciaram hoje uma reorganização e reestruturação voluntária de sua dívida sob a proteção do Capítulo 11 da lei dos Estados Unidos, com o apoio das famílias Cueto e Amaro, e da Qatar Airways, dois dos maiores acionistas da LATAM. Diante dos efeitos da COVID-19 no setor mundial de aviação, esse processo de reorganização oferece à LATAM a oportunidade de trabalhar com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida, acessar novas fontes de financiamento e continuar operando, enquanto adapta seus negócios a essa nova realidade, disse a empresa sobre o assunto, em comunicado.

Comunicado à imprensa

Também em comunicado enviado à imprensa, a Latam afirma que a pandemia tornou imprevisível a gestão: 

"A Latam entrou na pandemia de covid-19 como um grupo de companhias aéreas saudável e lucrativo, mas circunstâncias excepcionais resultaram em um colapso na demanda global que não apenas levou a aviação a praticamente uma paralisação, mas também mudou o setor para o futuro próximo”, disse Roberto Alvo, CEO da empresa.

“Implementamos uma série de medidas difíceis para mitigar o impacto dessa disrupção sem precedentes no setor, mas, no fim das contas, esse caminho é a melhor opção para estabelecemos as bases certas para o futuro do nosso grupo de companhias aéreas. Estamos olhando adiante, para um futuro pós-covid-19, e focados em transformar nosso grupo para que ele se adapte a uma nova e evolutiva maneira de voar, com a saúde e a segurança de seus passageiros e funcionários em primeiro lugar.”

"O grupo garantiu o suporte financeiro de acionistas, incluindo as famílias Cueto e Amaro, que têm um relacionamento próximo e duradouro com a Latam, e a Qatar Airways, para a obtenção de até 900 milhões de dólares em um financiamento DIP (debtor-in-possession, em inglês) (...) O apoio deles demonstra uma crença na Latam, em suas afiliadas e na sustentabilidade do grupo a longo prazo. Na extensão permitida por lei, o grupo aceitaria outros acionistas interessados ​​em participar desse processo para fornecer financiamento adicional. Além disso, no momento do pedido, o grupo tinha aproximadamente 1.3 bilhão de dólares em dinheiro disponível."

Em outro trecho do comunicado oficial, o grupo afirma que "está comprometido em preservar a continuidade dos negócios" e faz algumas promessas, como:

"- A Latam Airlines Group S.A. e suas afiliadas continuarão operando voos de passageiros e de carga, sujeitos a restrições de demanda e de viagem.

- Todas as passagens atuais e futuras, vouchers de viagem, pontos e benefícios do programa Latam Pass, bem como políticas de flexibilidade, serão respeitados.

- Os funcionários do grupo continuarão sendo pagos e receberão os benefícios previstos em seus contratos de trabalho.

- Os fornecedores serão pagos em tempo hábil pelos bens e serviços entregues a partir de 26 de maio de 2020 e ao longo desse processo.

- As agências de viagens e outros parceiros comerciais não sofrerão interrupções em suas interações com o grupo Latam."

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