16/06/2022 16:30:00 - Atualizado em 16/06/2022 16:31:00

Crítica: Lightyear diverte, mas é o filme mais sem ambição da Pixar

Weslley Domingues/Redação RedeTV!

Por mais que tenha ótimos aspectos técnicos e divirta, o roteiro fica somente no raso, sem se arriscar

(Foto: Divulgação/Disney Pixar)

Toy Story sem dúvidas é uma franquia que movimenta milhões para a Pixar, e consequentemente para a Disney, então um spin-off baseado em um dos personagens mais famosos obra era inevitável.

Lightyear traz a história do nosso querido patrulheiro estelar em busca de aventuras, porém tudo acaba em desastre quando se vêem refém em um planeta desconhecido. Como se isso não bastasse, o patrulheiro tem de lidar com uma ameaça intitulada como Zurg.

Por mais que o filme não tenha sido anunciado há muito tempo, a Pixar (como sempre) entrega um padrão primoroso de animação, onde os mínimos detalhes são tratados com a menor delicadeza, fazendo com que cada frame seja uma fotografia majestosa que realçam a obra. De longe, uma obra prima no conceito visual e de dar inveja.

Porém, por mais que graficamente a animação seja arrebatadora, aqueles que esperam uma história com uma lição de moral a fundo, visto em Soul (2021), RED (2022) ou Divertida Mente (2015), é bom tirar o patrulheiro do espaço. Resumidamente o longa é focado no público infantil. 

Lightyear funciona como uma história leve de ação e aventura, onde o poder da união e amizade prevalecem acima de qualquer male, questão parecida com Toy Story. Mas por que não sair diretamente para o streaming? Aí entra o fator X da questão, a nostalgia.

Após anos consolidando seus personagens no cinema e qualquer outra mídia, o carinho do público pelo personagem é inegável. Sendo assim, lançar Lightyear no cinema foi a melhor aposta que o estúdio fez, já que vai atrair tanto a nova, quanto a velha geração para assistir.

Desde seus instantes iniciais o filme busca sacramentar a nostalgia, puxando alguns elementos de Toy Story. Porém não é possível se basear ao longo de 1h45 somente nisso, é necessário que crie um enredo que prenda o público.  Por mais que o filme possa divertir todos os públicos, sem dúvidas é a animação menos ambiciosa que a Pixar já produziu nos últimos tempos, como se fosse feito somente para mostrar que o estúdio ainda pensa em utilizar seus personagens clássicos de alguma forma.

O longa tem sim ideias boas, inclusive as que envolvem o antagonista Zurg, porém algumas delas acabam soltas no ar, podendo causar certa confusão. A passagem do segundo para o terceiro ato é tão rápida que acaba deixando um sentimento estranho, de que faltou algo na trama ou foi acelerado.

E se tratando deste enredo, temos novos personagens que, quando juntos relembram a trupe dos 'trapalhões', a brigona Darby Steel (Dale Soules), o atrapalhado Mo Morrison (Taika Waititi) e a corajosa Izzy Hawthorne (Keke Palmer). Os personagens, juntamente ao gato Sox (Peter Sohn), são os responsáveis pela parte cômica do filme e deixá-lo leve. Porém, a animação em momento algum busca se aprofundar em nesses personagem ou apresentar suas ambições, o foco do início ao fim aqui é Buzz (Chris Evans), por mais que o filme queira apresentar a ideia dos frutos do trabalho em equipe. Para não afirmar que o filme não traz absolutamente nenhuma mensagem consigo, Lightyear exalta, mesmo que de forma tímida, a ideia de que nossas escolhas nos definem e molda quem somos.

Na cabine de imprensa tivemos a oportunidade de assistir o filme com a dublagem brasileira. Por mais que alguns possam sentir falta de Guilherme Briggs dublando o personagem, já que deu vida ao personagem em Toy Story, sem sombra de dúvidas Marcos Mion consegue adequar com facilidade sua voz ao patrulheiro e nos faz esquecer do estilo de falas e gírias conhecidas do apresentador.

Sendo assim, caso seja um planejamento da Pixar em aproveitar os diversos personagens da franquia de Toy Story, é interessante ter mais ambição para que realmente valha a pena tirar a ideia do papel. Sem sombra de dúvida é válido que crianças e adultos acompanhem o novo desafio de Buzz, personagem que independente da era nos leva 'ao infinito e além'.

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