05/09/2018 17:40:00 - Atualizado em 05/09/2018 22:06:00

Dia do Sexo: Ejaculação feminina facilita orgasmo múltiplo; aprenda

Redação/RedeTV!

Estamos em pleno século XXI e muita gente não sabe que mulheres também podem ejacular. Mas diferente dos homens, o gozo feminino não está diretamente ligado ao orgasmo nem é o ponto de chegada do sexo. Após o squirting, ou a ejaculação feminina, é possível dar continuidade à prática sexual, e ele auxilia até as mulheres a alcançarem o tão sonhado orgasmo múltiplo.

É o que afirma a filósofa Sue Nhamandu, estudiosa da sexualidade, que dá cursos a mulheres de como ejacular. Ela participou do programa Tabu Rosa, da Grade Digital da RedeTV!, e ensinou uma técnica para estimular o órgão sexual feminino a produzir o squirting.

É importante que mais mulheres tenham conhecimento sobre o assunto, já que muitas podem até ter ejaculado na vida sem nem saber. "Geralmente, a gente acha que é xixi", explica Sue. Com isso, fica difícil usufruir dos benefícios da ejaculação feminina. Nesta quinta-feira (6), comemora-se o Dia do Sexo, e o Portal da RedeTV! traz informações acerca do tema.

Segredos para a ejaculação feminina

Apesar de esse ser um tabu em grande parte do mundo, em Ruanda, na África, a mulher é considerada inapta para casar se não puder ejacular. "É uma ofensa se não sai um líquido delas. Então, os homens aprendem [uma técnica] porque pega mal para eles não fazê-las ejacular", explica a filósofa.

A técnica em questão se chama Kunyaza, que basicamente consiste em passar a cabeça do pênis entre o clitóris e a entrada da vagina, sem penetrar a mulher, em movimentos circulares, de cima para baixo. Nessa região, está localizada a parte externa da glândula de Skene, considerada a próstata feminina, que, se estimulada, é responsável pela produção de ejaculação.

"O ideal para quem nunca teve essa experiência é massagear essa região todos os dias para dar tônus muscular. Essa é uma maneira de o seu corpo reconhecer aquele órgão", orienta Sue. E para quem não tem lubrificação suficiente, é importante utilizar lubrificante natural para massagear o local, como óleo de coco ou produtos à base de nhame. Fazendo isso, mesmo sem a penetração, a mulher consegue expelir o líquido da ejaculação.

Ejaculação feminina já foi considerada sintoma de histeria

Atualmente, o squirting ainda é encarado com preconceito e, para Nhamandu, muitos homens são suficientemente egoístas na cama a ponto de não quererem conhecer a vulva da mulher para estimular seus pontos de prazer. Segundo a filósofa, esse é um problema histórico que se arrasta até os dias de hoje.

No livro "Manifesto Contessexual", o filósofo Paul Beatriz Preciado cita a teoria do médico Nicolaus Fontanus, de 1650, segundo a qual a ejaculação feminina era considerada um dos sintomas da histeria e poderia provocar sérios problemas à saúde da mulher, além de ferir seu valor moral, aproximando o corpo feminino à virilidade do órgão sexual masculino. "Então, nossa escritura social do corpo feminino é misógina. O clitóris, desde Hipócrates até 1.500, desapareceu [dos estudos médicos]", afirma Sue.

A especialista chama atenção para o fato de a organização social estar initimamente ligada à questão sexual. Ruanda, por exemplo, onde o squirting é socialmente incentivado, é a única nação do mundo onde as mulheres são maioria no Parlamento. Após o famoso genocídio que aconteceu no país africano, houve um grande esforço por parte do governo local para promover a igualdade entre homens e mulheres. "Acredito que a ejaculação feminina é uma metáfora de guerra contra o patriarcado e o poder sobre esse prazer é politicamente vetado", opina a filósofa.

Confira abaixo o vídeo com a entrevista completa:

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