06/08/2020 10:58:00 - Atualizado em 06/08/2020 10:58:00

USP aponta reinfecção de paciente recuperada da Covid-19 em Ribeirão Preto

Redação/RedeTV!

Técnica de enfermagem de 24 anos foi diagnosticada em maio e voltou a ficar doente 50 dias depois


Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) criada pela Visual Science - (Foto: Reprodução/Visual Science)

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) conduzido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) confirmou a possibilidade, apesar de rara, de reinfecção pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), vírus causador da Covid-19. Segundo os pesquisadores, "a constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde".

O estudo foi divulgado pela assessoria do Hospital das Clínicas (HC) no final da tarde desta quarta-feira (5). A recorrência da doença foi identificada em uma técnica de enfermagem de 24 anos, que testou positivo para o coronavírus duas vezes em um intervalo de 50 dias.

Uma coletiva de imprensa está prevista para ocorrer na tarde desta quinta-feira (6), quando o grupo que integrou a análise deve dar mais detalhes sobre o caso. 

Primeira infecção

De acordo com a pesquisa, a jovem - que não teve a identidade divulgada - teve contato com um colega de trabalho infectado no dia 4 de maio. Dois dias depois, começou a sentir os sintomas da Covid-19, tais como mal-estar, febre, congestão nasal, dores de cabeça e de garganta.

No quarto dia do surgimento dos sintomas, passou pelo exame RT-PCR, que identifica o coronavírus por meio de materiais coletados no nariz e na garganta. O resultado do primeiro teste, realizado em 8 de maio, foi negativo, mas a paciente repetiu o exame cinco dias depois, visto que os sintomas persistiram. Em 13 de maio, o novo exame deu positivo.

Segunda infecção

Os sintomas de Covid desapareceram em dez dias e a técnica de enfermagem retornou ao trabalho. No entanto, 38 dias depois, em 27 de junho, ela manifestou novamente os mesmos sinais da doença, além d e cansaço, diarreia, tosse, perda de paladar e do olfato.

Em 2 de julho, quinto dia após o ressurgimento dos sintomas, a jovem passou por um novo exame de RT-PCR e testou positivo. No mesmo período, dois familiares dela também apresentaram sintomas clínicos, fizeram o exame e foram diagnosticados com o coronavírus.

Desta vez, ela não precisou ser internada ou respirar com ajuda de aparelhos. A segunda onda de sintomas desapareceu em 12 dias, mas, até o dia 5 de agosto, 33 dias após o surgimento da suspeita de reinfecção, a jovem ainda se queixa de sintomas de sinusite e de uma dor de cabeça. 

Aa técnica de enfermagem foi submetida aos testes sorológicos, por duas vezes, e registra resultados positivos para anticorpos.

Sintomas repetidos

No documento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, os pesquisadores confirmou que, além da possibilidade de reinfecção, há ainda a reincidência de sintomas clínicos.

"O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por Sars-Cov-2, como de recidiva clínica da Covid-19, de forma semelhante a apenas um outro caso clínico relatado em Boston (EUA)", afirmam os pesquisadores ao citar um artigo publicado no American Journal of Emergency Medicine, em junho deste ano.

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