10/12/2018 19:00:00 - Atualizado em 10/12/2018 19:02:00

Traficante gasta R$ 2,6 mil com carnes para churrasco em Penitenciária de Alta Segurança no RS

Redação/RedeTV!

(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

A confraternização de fim de ano entre presos e familiares na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, no Rio Grande do Sul, que aconteceu no último domingo (9), gerou revolta entre os funcionários do local. Isso porque contou com 121 quilos de carnes como picanha, maminha e vazio, no valor de R$ 2,6 mil.

O pedido foi entregue no nome do traficante Juraci Oliveira da Silva, mais conhecido como Jura. De acordo com o portal GaúchaZH, a nota fiscal da compra foi compartilhada em grupos de Whatsapp de agentes policiais e servidores públicos da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Ao saber do assunto, funcionários desabafaram e lamentaram o fato de uma prisão de alta segurança, que já foi reconhecida por sua disciplina, agora ser dominada pelos presidiários. "A cadeia está virando uma piada. Os presos não sentem o peso da pena, e o cara se indigna porque ninguém faz nada para mudar. A administração entregou a cadeia nas mãos dos presos", disse um servidor.

Ele ainda comentou que, no dia do churrasco, o presídio recebeu número de visitas acima do normal, dificultando o controle dos presos e a segurança do local. "Os familiares deles vieram todos e liberaram uma maior quantidade de visita hoje por cada preso. O complexo está cheio de criminosos escoltando e esperando as visitas", comentou.

Após a Promotoria de Execução Criminal de Porto Alegre informar que abriu investigação para apurar o caso, o Ministério Público agora busca saber quem fez o pedido, quem pagou e quem entregou as compras. Como os presidiários também adquiriram duas facas, o MP averigua ainda como os objetos cortantes foram utilizados.

Preso no Paraguai, desde 2010, o traficante Juraci Oliveira da Silva cumpre pena por tráfico de drogas e homicídio na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Além de ser o chefe do tráfico na Zona Leste de Porto Alegre, ele ainda é responsável pela morte do então vice-presidente do Conselho Reginal de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), em 2008.

Em 2015, Jura já havia admitido que comandava a venda de drogas de dentro da prisão.

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