23/07/2019 18:56:00 - Atualizado em 23/07/2019 19:24:00

"Temo pela nossa vida", diz mãe de Eliza Samúdio após ex-goleiro Bruno deixar a prisão

Stéfanie Rigamonti/RedeTV!

Em entrevista ao portal da RedeTV!, Sônia de Fátima Moura falou que, com semiaberto, seu pesadelo está recomeçando

Sônia de Fátima Moura e o neto Bruninho, filho de Eliza Samúdio com o ex-goleiro Bruno (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

A progressão da pena do ex-goleiro Bruno Fernandes, preso pelo homicídio triplamente qualificado da modelo Eliza Samúdio, deixou muitos brasileiros indignados. Mas para a mãe da vítima, Sônia de Fátima Moura, de 53 anos, a mudança de regime do agressor de sua filha para o semiaberto suscitou, além de indignação, medo acima de tudo.

O portal da RedeTV! conversou com exclusividade com Sônia pelo WhatsApp, que atualmente mora com neto Bruninho no Mato Grosso. Ela se mostrou muito apreensiva, após a soltura de Bruno, por ela e pela criança, filho de Eliza com o ex-goleiro. "A primeira coisa que pensei quando vi a notícia foi: vai começar de novo o meu pesadelo", desabafa.

Para ela, o mandante da morte de sua filha não se arrependeu pelo que fez. Questionada sobre o que representava seu cumprimento das exigências legais para ter progressão de pena, Sônia foi direta: "Estando presos, todo têm um bom comportamento".

(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Sônia diz estar indignada com a soltura do ex-goleiro Bruno e, ao mesmo tempo, com medo. "Temo pela nossa vida! Amanhã [24] estarei me reunindo com minha advogada para ver o que vamos fazer", conta.

O temor de Sônia pela vida do neto cresce ainda mais pelo fato de o ex-goleiro Bruno rejeitar o filho, e querer, inclusive, negar sua paternidade perante a Justiça. "Ele entrou, em 2014, com o processo de negatória da paternidade. Ele perdeu, recorreu e os desembargadores da 4ª Vara daqui do meu estado negaram novamente", explica a mãe de Eliza.

Mas não é só ela que está receosa pela decisão da Justiça de mudar a pena de Bruno para o regime semiaberto. O neto também teme, afinal, ele sabe que o ex-goleiro foi o responsável pela morte de sua mãe. Sônia explica que não contou detalhes sobre o assassinato de Eliza, por julgar "desnecessário", dada a idade da criança: 9 anos. Mas diz que o menino tem ciência de que Bruno tirou a vida de Samúdio.

Para evitar que o neto não seja impactado pelas notícias que saem na mídia, expondo detalhes sobre a morte de Eliza, Sônia conta que afasta Bruninho das redes sociais e dos telejornais, por meio dos quais o menino descobriu que o pai seria solto. Questionada se, na escola, colegas acabam comentando sobre o assunto, ela nega. "As crianças não têm essa abertura. Ele não dá".

"Gostaria que devolvessem os restos mortais"

Sônia encerrou a entrevista pedindo empatia, já que, não bastasse sofrer com a morte brutal da sua filha, ainda é vítima de comentários dolorosos. "Gostaria que as pessoas deixassem de me pré-julgar sem me conhecer. Não faço comentários de ódio! Meu neto tem 9 anos, e ele já pode tirar suas próprias conclusões apesar de ter pouca idade", desabafa.

Ela ainda fez um último pedido desesperado de uma mãe que ainda tem esperança de enterrar o corpo da filha, que foi estrangulada e esquartejada. "Gostaria muito que os envolvidos no assassinato da Eliza me devolvessem seus restos mortais. Eu acredito que depende do comando do Bruno. Se ele desse a ordem para entregar os seus restos, eles o fariam", conclui.

Regime Semiaberto

(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

O ex-goleiro Bruno teve progressão de pena para o regime semiaberto e deixou, na noite da última sexta-feira (19), o presídio em Varginha, no sul de Minas Gerais, onde estava. Ele foi condenado a 20 anos e nove meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza e pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, seu filho. O jogador chegou a ser condenado também pela ocultação do cadáver da vítima, mas o crime acabou prescrevendo e a pena foi extinta. 

Preso em 2013, Bruno Fernandes chegou a ser solto em 2017, quando tentou retomar sua vida e jogar novamente. Mas a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu sua soltura foi revogada e o pedido de habeas corpus negado. Desde então, o ex-goleiro cumpria pena em regime fechado, até receber o direito de ir ao semiaberto.

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