29/08/2018 10:13:00 - Atualizado em 29/08/2018 11:04:00

Publicado decreto que autoriza uso de Forças Armadas em Roraima

Redação/RedeTV! com Agência Brasil

(Divulgação/Agência Brasil)

Publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (29) o decreto presidencial que autoriza o emprego das Forças Armadas para a garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Roraima.

A autorização vale para algumas áreas específicas, no caso, as faixas de fronteira Norte e Leste; e as rodovias federais, entre os dias 29 de agosto e 12 de setembro.

O decreto foi anunciado ontem (28) pelo presidente Michel Temer, em cerimônia no Palácio do Planalto. Na ocasião, Temer disse que a medida é para dar segurança aos brasileiros que vivem em Roraima e também aos venezuelanos que entram no Brasil pelo estado, fugindo da crise no país vizinho.

Caberá ao Ministério da Defesa definir a alocação dos meios disponíveis para o emprego das Forças Armadas. Na cerimônia de ontem, o ministro da Defesa, general Silva e Luna, disse que não houve pedido da governadora do estado, Suely Campos, para edição desse decreto, que poderá ter seu período de validade ampliado, caso seja do interesse do poder público.

O efetivo utilizado será aquele que já atua na região, da Primeira Brigada da Infantaria de Selva, lotada em Boa Vista. O emprego militar se dará em um perímetro que engloba as cidades de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela, e Boa Vista, que têm acolhido os migrantes.

Senhas para entrar

Em entrevista à Radio Jornal, de Pernambuco, o presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (29) que o governo discute a possibilidade de distribuir senhas para controlar a entrada de venezuelanos no estado de Roraima.

"Outra providência que talvez venha a ser tomada e que ontem foi objeto de conversações é que entram 700 ou 800 venezuelanos por dia e isso está criando problemas para vacinação, para organização. Eles pensam em colocar senhas de maneira que entrem 100, 150 ou 200 por dia para organizar um pouco mais estas entradas", afirmou o presidente.

Crise no estado

De acordo com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, a GLO é para conter a crise no estado, e não para impedir a entrada de venezuelanos.

Ainda segundo o ministro, dos 600 a 700 venezuelanos que entram diariamente pela fronteira, cerca de 20% a 30% permanecem no país.

Em Boa Vista, ainda vivem nas ruas cerca de dois mil venezuelanos e outros seis mil estão em abrigos no estado. A Polícia Federal estima que entraram no país quase 130 mil venezuelanos, de 2017 até junho deste ano. Desses, cerca de 60% já deixaram o território brasileiro. Os dados atualizados de ingresso de venezuelanos no país devem sair nos próximos dias.

Na semana passada, moradores de Pacaraima expulsaram venezuelanos de barracas e abrigos e atearam fogo a seus pertences, em um protesto contra a presença deles na cidade.

O motivo do conflito foi o assalto, seguido de espancamento, sofrido por um comerciante local, supostamente cometido por quatro venezuelanos, o que provocou a revolta dos moradores da cidade.

Na semana passada, moradores de Pacaraima expulsaram venezuelanos de barracas e abrigos e atearam fogo a seus pertences - (Divulgação/Agência Brasil)

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