09/09/2019 16:25:00 - Atualizado em 09/09/2019 16:29:00

Por herança, madrasta mata enteada de 11 anos com doses diárias de veneno

Redação/RedeTV!

Caso aconteceu em Cuiabá, no Mato Grosso

(Foto: Divulgação/Polícia Civil de Mato Grosso)

Jaira Gonçalves de Arruda, de 42 anos, foi presa nesta segunda-feira (9) acusada de ter matado a enteada, Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, com doses diárias de veneno. O motivo teria sido obter a herança da vítima, no valor de R$ 800 mil. O caso aconteceu em Cuiabá, no Mato Grosso.

Conforme informações da Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), as investigações apontaram que a mulher começou a envenenar a menina em abril deste ano. O veneno teria sido dado gota a gota e terminou por matar a criança em junho. 

A menina já chegou morta o hospital. Houve suspeitas de que a causa da morte teria sido meningite e até abuso sexual, mas, inicialmente, a morte foi registrada como indeterminada. 

Mais exames de necrópsia foram feitos no Instituto de Medicina Legal (IML) e detectaram duas substâncias no sangue de Mirella: uma delas o veneno que provoca intoxicação crônica ou aguda e a morte.

"Essa substância não é encontrada em medicamentos, portanto, sua ingestão por humanos somente pode ocorrer de forma criminosa", explicaram os delegados Francisco Kunze e Wagner Bassi, que são responsáveis pela investigação, segundo nota divulgada pela Polícia Civil. 

Crime premeditado

Eles ainda afirmaram que o crime foi premeditado e disseram acreditar que o plano de Jaira era que a menina morresse por causa indeterminada. "A menina era envenenada a conta-gotas, ou seja, ela ia dando um pouquinho do veneno, para não aparecer, porque chega no hospital, a criança está passando mal, morre de causa indeterminada, por alguma infecção, pneumonia, meningite, como muitas vezes suspeitaram", pontuaram. 

A polícia ainda acrescentou que a ingestão da substância causa diversos sintomas: visão borrada, tosse, vômito, cólica, diarreia, tremores, confusão mental e convulsões.

Ao longo dos dois meses em que foi envenenada pela madrasta, Mirella chegou a ficar internada pelo menos nove vezes. A menina chegava a ficar entre 3 a 7 dias e melhorava, já que não estava recebendo o veneno. Quando retornava para casa (e a receber a substância), ela voltava a passar mal.

A morte sem sinais levantou suspeita dos funcionários do hospital, que se recusaram a declarar o óbito por causa indeterminada e acionaram a polícia.

Morte da mãe e herança milionária

As investigaçõs mostraram que Mirella iria receber uma herança de R$ 800 mil ao atingir a maioridade. O dinheiro é fruto de uma ação na Justiça movida pelos avós maternos da menina, que processarem o hospital onde ela nasceu por conta da mãe dela ter morrido durante o parto devido à erro médico.

Parte do dinheiro ficaria depositado em uma conta para a menina movimentar somente na idade adulta. A Justiça autorizou que fosse usada um pequena parte do dinheiro para despesas da criança, mas a maior quantia ficaria em depósito para uso após a maioridade, aos 24 anos.  

Até 2018, Mirella vivia com os avós, mas ambos morreram e a menina acabou começando a morar com o pai e a madrasta. Foi nesse momento que o plano de Jaira surgiu e ela passou a administrar o veneno no corpo da criança.

Ouvida pela polícia, Jaira disse que conhecia a menina desde que ela tinha 2 anos e que se considerava mãe dela. A acusada ainda afirmou que a criança começou a ficar doente em 17 de abril, com dor de cabeça, tontura, dor na barriga e vômito. Ela está presa na sede da Deddica, em Cuiabá. 

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