Jovem emociona ao contar como Ricardo Boechat salvou seu emprego
Sara Oliveira/RedeTV!
(Foto: Reprodução/Twitter e Arquivo Pessoal)
Em meio às homenagens ao jornalista Ricardo Boechat, que morreu nesta segunda-feira (11) após a queda de um helicóptero em São Paulo, uma história sobre como ele salvou o emprego de uma ouvinte comoveu internautas.
"Foi mais ou menos final de maio de 2015, eu fui pro Rio de Janeiro com o meu pai visitar o meu irmão. No voo de volta pra São Paulo, saindo de Santos Dumont, tivemos de retornar para o Galeão por causa de uma chuva muito forte em SP. O Boechat estava sentado na primeira fileira", contou Ieda em entrevista ao portal da RedeTV! nesta segunda.
Depois de tentar e não conseguir algum documento da companhia aérea que comprovasse os problemas com o voo, ela se viu sem opções e, por ideia do pai, arriscou-se a recorrer ao jornalista.
"Meu pai deu a ideia de escrever para o Boechat, porque ele respondia as pessoas na rádio e estava no nosso voo. Troquei alguns e-mails com ele, e eu só queria algum tipo de carta ou email relatando o acontecido, mas aí no comecinho de junho de 2015, eu estou lá trabalhando e sobe um funcionário da recepção dizendo 'Ieda, o Boechat tá aí e ele quer falar com você'", relembrou. "Fiquei totalmente surpresa porque eu não pedi pra ele ir lá. Ele disse que morava perto e achou mais fácil. Subiu no meu departamento, cumprimentou todo mundo, fez questão de tirar foto pra comprovar que ele esteve lá. Foi extremamente simpático com todo mundo que falou com ele".
Com essa "justificativa", a falta, é claro, foi abonada e a história tornou-se um "mito" do local. "Virou uma coisa meio mítica tipo, “caramba, ela trouxe o Boechat pra abonar a falta”, todo mundo ficou sabendo", explica Ieda. "Eu agradeci muito, pessoalmente e depois por e-mail de novo".
Até a publicação deste texto, o tuíte sobre o dia que Boechat salvou o emprego de sua ouvinte teve mais de 36 mil curtidas e 5 mil retuítes. Ieda afirmou que não esperava essa repercussão, pois já tinha contado o caso na época :"Tive 25 curtidas no Facebook".
No Twitter, ela fez outro post para falar sobre a atitude do jornalista: "Independente das opiniões políticas, ele era esse tipo de pessoa. Extremamente solícito e gentil com estranhos. Jamais vou me esquecer".
Morte de Boechat
Aos 66 anos, Boechat morreu na queda de um helicóptero em um dos acessos da Rodovia Anhanguera, em São Paulo, abaixo do km 7 do viaduto do Rodoanel. O piloto, Ronaldo Quattrucci., também faleceu na queda.
A informação foi confirmada em um comunicado ao vivo feito pelo jornalista José Luiz Datena, na TV Bandeirantes. "Jamais achei que daria esta notícia...É um momento muito triste para o grupo Bandeirantes", disse Datena, visivelmente emocionado.
Boechat deixou seis filhos, incluindo duas meninas pequenas, e a esposa, a jornalista Veruska Seibel Boechat - a quem se referia carinhosamente como Doce Veruska. Com uma foto do casamento dos dois, ela também se pronunciou nas redes sociais e recebeu muitas mensagens de apoio.
O velório do jornalista será realizado a partir das 22h desta segunda, no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, e ficará aberto ao público.
Em 2015, meu vôo foi cancelado e perdi um dia de trabalho. A companhia área não me deu documento algum que eu pudesse levar no trabalho e ter a minha falta abonada. O Boechat estava no vôo, escrevi pra ele pedindo ajuda e ele FOI ATÉ O MEU TRABALHO FALAR COM A MINHA CHEFE. pic.twitter.com/fe8UZwXIy3
— Ieda Marcondes🏳️🌈 (@iedamarcondes) 11 de fevereiro de 2019
