24/08/2020 20:21:00 - Atualizado em 24/08/2020 20:50:00

Flordelis fez postagem há uma semana relembrando morte do marido: "Vazio enorme'

Redação/RedeTV! com ABr

Polícia Civil do Rio concluiu que deputada foi a mandante do crime

A deputada Flordelis (PSD-RJ) usou seu Instagram dia 16 de agosto para relembrar a morte do marido, o pastor Anderson do Carmo. Ele foi executado dentro de casa em junho do ano passado com 30 tiros. Nesta segunda-feira (24), a Polícia Civil do Rio concluiu que ela foi a mandante do crime.

Já há um semana em sua rede social, ela compartilhou uma imagem de um momento feliz dos dois em uma viagem que fizeram juntos a Israel. Na legenda da foto em que eles aparecem em cima de um camelo, ela diz que a morte do marido deixou um "vazio enorme’’.  ''Hoje faz um ano e dois meses que você se foi deixando um vazio enorme. Ainda estou desnorteada, um pedaço do meu mundo se foi para sempre e parte de mim morreu junto com você”, disse ela na ocasião. 

Ainda na postagem, Flordelis fala da crueldade que envolveu a morte do marido. “A dor se mistura com a revolta, foi cruel demais o que fizeram com você e busco forças em Deus e nas lembranças para lutar. Sinto muito a sua falta, amo você e do meu coração você jamais sairá.”

Ao final da homenagem feita pela deputada, ela diz que sente falta do marido e também se declara. “Dizem que o tempo cura tudo, não é verdade, quanto mais esse tempo passa, mais a dor de viver sem você aumenta. É impossível arrancar essa dor, eu sei que se você pudesse falar comigo, diria: “aguenta firme e não desista, não pare!” E é o que estou tentando fazer, estou tentando manter viva a igreja que você tanto amava, estou cantando, porque você amava me ver cantar. Quase desisti de tudo, até mudei meu cabelo, mas vou colocar novamente do jeito que você amava. Enquanto eu viver, você vai viver em mim e através de tudo que eu fizer, porque farei sempre por nós dois! Te amo meu Nem!”.

Investigação

De acordo com o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), no Estado do Rio de Janeiro, na primeira fase da investigação foi identificado como executor o filho biológico da deputada, Flávio dos Santos Rodrigues. O filho adotivo do casal, Lucas César dos Santos, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.

Na segunda fase da apuração, ainda segundo o delegado, novas provas e ações de inteligência constataram que Flordelis foi a mandante do homicídio. A investigação aponta como motivação principal a disputa de poder entre o casal e a emancipação financeira dela.

Nesta manhã, a polícia e o Ministério Público Estadual (MPRJ) realizou a Operação Lucas 12 com nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra onze envolvidos na morte do pastor. Os endereços são no Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e em Brasília.

Parlamentar é indiciada

Flordelis foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Cópia do inquérito será encaminhado à Câmara dos Deputados para a adoção de medidas administrativas. 

O pastor Anderson do Carmo foi assassinado no dia 16 de junho do ano passado, dentro da própria casa, no bairro Badu, em Niterói. Na ocasião, Flordelis relatou que o pastor teria sido morto durante um assalto, após o casal ter sido seguido por elementos suspeitos em uma moto. Ele foi atingido por tiros na garagem, quando retornou ao carro para buscar algo que tinha esquecido.

O delegado Allan Duarte dará mais detalhes da investigação em entrevista coletiva às 10h de hoje, na Cidade da Polícia, no Rio.

Versão do Ministério Público

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Niterói, e a ação conta com o apoio da Polícia do Distrito Federal. O mandado de prisão de Flordelis não foi pedido por ela ter imunidade parlamentar. 

Os alvos dos mandados de prisão preventiva abrangem os denunciados Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Rayane dos Santos Oliveira, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa.

A denúncia apresentada à Justiça pelo MPRJ aponta que Flordelis foi responsável por “arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio”. Ela também teria financiado a compra da arma e avisado a chegada da vítima no local em que foi executada.

Ainda de acordo com oo MPRJ, a motivação do crime seria o fato de o pastor Anderson “manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família”.

Os demais denunciados teriam participado do planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, além de tentativas de homicídio anteriores com o uso de veneno.

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