01/07/2020 17:56:00 - Atualizado em 01/07/2020 18:02:00

Caso Miguel: ex-Patroa é indiciada por abandono de incapaz que resultou em morte

Redação/RedeTV!

Sari Corte Real deixou menino no elevador

(Foto: Reprodução)

A Polícia Civil de Pernambuco declarou nesta quarta-feira (1º) que Sari Gaspar Corte Real, ex-patroa da mãe do menino Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu após cair do nono andar de um prédio em Recife, foi indiciada por a por abandono de incapaz que resultou em morte.

As informações foram divulgadas em uma coletiva de imprensa transmitida pela internet. De acordo com o delegado Ramon Teixeira, Sari assumiu o risco da morte do menino quando deixou ele no elevador, mesmo que essa não fosse a intenção.

Uma infinidade de elementos de convicção reunidos que nos fez considerar o dolo de abandonar", afirmou o responsável pelo caso. O delegado ainda disse que Sari não chegou a olhar a movimentação do elevador pelo visor, e retornou para o apartamento.

"Ela não fez o acompanhamento, ela própria admite isso. A isso, somados a outros elementos de prova, como o depoimento da manicure, de que a moradora retorna ao seu apartamento para retomada dos serviços de manicure, o tratamento e embelezamento de suas unhas", explicou.

"A criança, da qual a gente tanto falou, tinha 5 anos de idade, ela sequer poderia ficar desacompanhada no elevador. Pelo acervo probatório dos atos, teve, sim, uma etapa de cogitação. Teria ocorrido por uma irritação ou cansaço de retirar o menino do elevador", completou.

O delegado explicou na transmissão que o abandono de capaz foi proposital, pois Sari tinha consciência de que estava deixando a criança sozinha e assumindo o risco de algo poderia acontecer.

Um laudo pericial ainda constatou que a mulher acionou o botão da cobertura antes da porta do elevador fechar. O advogado de defesa chegou a afirmar que a ex-patroa não avia pressionado a tecla.

"Verificamos que, naquele andar, a janela estava aberta e, mesmo tendo 1,10m, ele teve acesso. uma criança de até 90 cm conseguiria fazer aquela escalada. Estivemos mais duas vezes no local, com total de cinco peritos no local, mais cinco no IC, fazendo cruzamento das informações. Conseguimos visualizar a dinâmica do evento em si e perceber o tempo de queda da criança. Desde a saída do nono andar até a queda, levou em torno de 58 segundos, que fizeram que a gente considerasse inviável outra pessoa participar do evento", disse o  perito André Amaral, que participou da coletiva.

Relembre o caso

Sari chegou a ser detida, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 20 mil. Ela vai responder processo em liberdade. Com a repercussão do caso, surgiu a informação de que a mãe de Miguel, Mirtes, estava registrada como funcionária pública da prefeitura de Tamandaré, cujo prefeito é o marido de Sari, Sérgio Hacker Côrte Real.

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa da prefeitura de Tamandaré na semana passada, Sérgio Hacker afirma estar “profundamente abalado pela lamentável perda do pequeno Miguel”. O prefeito se compromete a prestar aos órgãos competentes as informações necessárias ao esclarecimento dos fatos.

A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no estado pediu ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que, paralelamente à morte de Miguel, investigue o fato da mãe do menino, Mirtes Renata Santana de Souza, ter sido registrada como servidora da prefeitura e trabalhar na residência da família do prefeito, a cerca de 100 quilômetros de Tamandaré. A seccional já designou sua Comissão de Direitos Humanos para acompanhar o caso.

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