12/09/2018 08:31:00 - Atualizado em 12/09/2018 17:55:00

Caso Isabella: preso em Tremembé, Alexandre Nardoni pede progressão ao regime semiaberto

Redação/RedeTV!


Alexandre Nardoni, pai de Isabella - (Divulgação/Polícia Federal)

Condenado a 30 anos e dois meses de prisão pela morte de sua filha, Isabella, Alexandre Nardoni solicitou progressão ao regime semiaberto. Atualmente, ele cumpre pena por homicídio qualificado em Tremembé (SP), na Penitenciária Doutor José Augusto Salgado (P2) desde maio de 2008, quando ocorreu o caso.

A defesa de Nardoni pediu oficialmente a progressão no último dia 5. Ele considera que já possui direito a uma pena mais "branda", pois já cumpriu o tempo adequado para necessário à concessão do benefício,  correspondente a dois quintos da pena e considerando um abatimento de 634 dias de por trabalhos realizados dentro do complexo penitenciário.

"O peticionário preenche o requisito objetivo para a progressão ao regime semiaberto", disse Roberto Podval, advogado do pai de Isabella, no processo enviado.

O defensor destaca também que Nardoni cumpre os requisitos necessários para o benefício, como "bom comportamento carcecário, nunca cometeu faltas disciplinares e sem envolvimento com facções criminosas". Ele afirma ainda que nunca houve tantiva de fuga. "Sempre teve conduta exemplar", argumentou a defesa.

Na condição de regime semiaberto, Alexandre Nardoni teria direito a cinco saídas temporárias no ano, entre elas Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal.

A madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, também foi condenada pela morte da menina em 2008. Em julho de 2017, ela começou a cumprir pena no regime semiaberto. Ela se beneficia de saídas temporários desde outubro do ano passado, quando pôde se retirar do presídio no Dia das Crianças.


Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni no momento em que foram presos - (Reprodução)

Promotoria sugere que a Justiça não conceda

Contudo, a Promotoria Criminal de Taubaté emitiu parecer contrário ao pedido de Nardoni na última terça-feira (11). A exposição do promotor do caso, Luiz Marcelo Negrini, pode auxiliar a Justiça a tomar uma decisão sobre o caso, mas a decisão final pode não acompanhar a promotoria.

Para Negrini, o crime "de extrema gravidade" cometido por Alexandre Nardoni exige cautela para a concessão do semiaberto. Além disso, ele pede que seja verificado a necessidade elementos considerados seguros e satisfatórios para atestar que ele está apto ao convívio em sociedade e que "não abandonaria o sistema nas saídas temporárias".

O promotor ainda pediu que Alexandre Nardoni seja submetido a exame criminológico.

Não há prazo para julgamento do pedido na Vara de Execuções Criminais (VEC) de Taubaté (SP).

10 anos sem Isabella

Isabella Nardoni, de cinco anos, foi assassinada ao ser jogada do sexto andar do prédio onde ela e o pai, Alexandre Nardoni, junto a Anna Carolina Jatobá (madrasta da garota) moravam, na zona norte de São Paulo. O caso aconteceu em março de 2008.

A defesa do casal nega veemente o envolvimento dos dois no crime, sempre alegando que uma terceira pessoa teria invadido a casa e cometido o crime.

Anna Carolina está presa na penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, onde também estão detidas Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga, afirma não se sentir culpada ou arrependida pela morte da enteada, pois se considera considera inocente. Tanto ela quanto o marido sempre negaram o assassinato de Isabella.

(Reprodução)

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