Bebê prematuro morre após bolsa romper e médico de hospital mandar mãe "voltar para casa"

Médico que atendeu afirmou que a gestante não tinha "dilatação suficiente"

Hospital Irmã Dulce fica localizado em Praia Grande - (Foto: Reprodução/Google Street View)

Uma gestante de 27 anos perdeu o bebê prematuro que esperava após sua bolsa romper e ela ser orientada pela equipe médica de um hospital de Praia Grande, litoral de São Paulo, a "voltar para casa" usando uma fralda. Familiares atribuem a morte à negligência médica, todavia o hospital nega irregularidades.

Mariana Aparecida Costa, de 27 anos, estava grávida há sete meses de um menino. Na quarta-feira (20), ela deu entrada no Hospital Irmã Dulce após sentir dores e perceber que a bolsa amniótica havia estourado. Exames foram realizados e apontaram que o estado de saúde do bebê era bom. No entanto, o médico afirmou que o parto não poderia ser esse dia, pois a gestante não apresentava dilatação suficiente.

A paciente ficou em internada na maternidade de quarta-feira (20) até sexta-feira (22), quando foi orientada pelo obstetra a "voltar para casa" utilizando uma fralda. De acordo com o portal de notícia G1, relatos de familiares sugerem que o hospital pediu para que ela somente retornasse ao hospital caso viesse a sentir dores, algo que aconteceu durante a madrugada de sábado (23).

Com o marido, Mariana deu entrada no centro médico por volta das 2h e tomou soro durante toda a madrugada. Após mais 8 horas esperando, os médicos decidiram fazer o parto, porém notaram que o bebê já havia falecido.

"É revoltante, a família está toda abalada, acabamos de perder um bebê. E cada um dá uma desculpa e se contradiz. O mesmo médico já chegou a dizer que o bebê estava bem nos primeiros exames, agora diz que ele estava morto há dois dias", desabafou uma parente de Mariana, em anonimato. 

Mariana Aparecida recebeu alta e foi orientada a voltar para casa usando uma fralda após sua bolsa romper - (Foto: Arquivo Pessoal/Mariana Aparecida)

De acordo com familiares, a paciente, mãe de dois filhos, um de 5 e outro de 7, está abalada e continua internada no hospital, porém se encontra em bom estado clínico. 

Por meio de nota, a direção do hospital confirmou que recebeu a gestante, que foi avaliada e internada. "Recebeu toda a assistência necessária ao seu caso, realizando todos os exames indicados, incluindo Ultrassonografia com Doppler e Cardiotocografia Fetal, com todos os resultados de exames sem alterações e o bebê e a gestante apresentando bom estado de saúde".

Segundo a nota, a paciente não apresentou aumento necessário de dilatação ou evoluiu para trabalho de parto. "Desta forma, a mesma recebeu alta e foi totalmente orientada sobre seu caso, com indicação de retorno imediato em caso de necessidade. Retornou à unidade no dia seguinte, em trabalho de parto prematuro, com o recém-nascido evoluindo à óbito, sendo o caso encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito".

A diretoria do hospital afirma que se "solidariza com a perda" e se colocou à disposição dos familiares. A prefeitura de Praia Grande decidiu não se manifestar sobre o ocorrido.