06/11/2021 15:11:00 - Atualizado em 07/11/2021 19:11:00

Acidente Marília Mendonça: Cenipa investiga colisão com fios de alta tensão

Redação RedeTV!

Companhia energética nega que torres estejam na zona de proteção do aeroporto 

(Foto: Corpo de Bombeiros)

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu neste sábado (6) um inquérito para apurar as causas do acidente aéreo que vitimou a cantora sertaneja Marília Mendonça, o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da cantora Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto e co-piloto da aeronave, na tarde desta sexta-feira (5). 

Investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), se deslocaram até o município de Caratinga, em Minas Gerais, para analisar o local do acidente, além de ouvirem relatos de testemunhas. 

Até o momento, a principal causa tratada é a colisão com fios de alta tensão, confirmada pela Companhia Energética de Minas Gerias (Cemig), em comunicado divulgado na noite de sexta-feira (5). Após a colisão do avião com as torres, cerca de  33 mil clientes ficaram sem energia elétrica nos municípios de Ipanema, Conceição de Ipanema, Taparuba, Pocrane, Mutum e São José do Mantimento.

Pilotos que trafegam pelo local já haviam relatado aos órgãos aéreos da região que os fios elétricos e torres estariam atrapalhando o pouso no aeródromo de Caratinga. Em entrevista ao vivo para o RedeTV News, o diretor de segurança da associação de pilotos e proprietários de aeronaves, Miguel Ângelo, explicou que não é incomum que algumas pistas sejam interditadas por obstáculos semelhantes ao que pode ter causado a queda do avião de Marília Mendonça. 

Nos meses de agosto e setembro, foram realizadas notificações aos órgãos aéreos da região, falando sobre a posição dos fios elétricos e torres que estariam atrapalhando o pouso no aeródromo de Caratinga. Entretanto, neste sábado, a Cemig disse que a linha de distribuição atingida não faz parte da zona de proteção do aeroporto, segundo os termos da portaria do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

"A linha de distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ, no trágico acidente de ontem, está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), do Comando da Aeronáutica Brasileiro. Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos. As investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente. A Companhia novamente lamenta esse trágico incidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas", declarou a Cemig.

O DECEA declarou, em nota, que os obstáculos informados no INFOTEMP não são os canos de alta tensão que o avião onde Marília Mendonça estava colidiu, e o que consta no relatório deve ser de conhecimento obrigatório para os pilotos que pretendem sobrevoar a área do aeródromo de Caratinga. "A partir da disponibilidade das informações aeronáuticas, espera-se que o voo seja realizado respeitando os limites declarados nas publicações pertinentes, evitando, no caso do INFOTEMP, o obstáculo informado. Pelo fato de a linha de transmissão naquele trecho em que ocorreu o acidente estar além dos limites do Plano Básico de Proteção do Aeródromo, esses cabos não fizeram parte de análise, segundo os critérios da Organização de Aviação Civil Internacional."

A aeronave de modelo C90A, da empresa Pec Taxi Aereo Ltda, não possuía nenhuma irregularidade, segundo declaração da A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). “De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até 01/07/2022. A empresa tinha autorização para operar táxi-aéreo. As investigações sobre as causas do acidente serão realizadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas (Cenipa), do Comando da Aeronáutica,” declarou a ANAC em nota.

O Cenipa declarou que não existe um prazo final para as investigações do acidente e que o principal objetivo dessa apuração é prevenir novas tragédias semelhantes. “A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes,” escreveu o Centro de Investigação. 

Após perícia inicial do local do acidente, o Cenipa informou que o avião não tem caixa-preta, e um spot geolocalizador deve ser confrontado com o plano de voo, sendo uma das principais evidencias. 

Questionado sobre o relatório de notificação da invasão do espaço aéreo, a Aeronáutica ainda não emitiu nenhuma resposta.

O avião com a cantora partiu às 13h05, do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, com destino a Caratinga.

Confira a entrevista completa com o diretor de segurança da associação de pilotos e proprietários de aeronaves:

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