Aislan tem sido titular do Timbu nos últimos jogos (Foto: Léo Lemos/Divulgação/Náutico)

Na zona de rebaixamento da Série B, o Náutico vive uma das piores crises de gestão dos últimos anos. O clube convive com atrasos de salário e, para piorar, o desempenho dentro de campo é ruim: em cinco rodadas na segundona, o Timbu ainda não venceu e marcou apenas um gol. É nesse cenário que chegou Aislan, zagueiro que pintou como promessa no São Paulo em 2008, passou por Guarani, Madureira, Vasco e Macaé, mas nunca se firmou em clube grande.

Em entrevista exclusiva ao portal da RedeTV!, o defensor agora com 29 anos lembrou de um fato que poderia ter mudado sua carreira em 2008, quando havia acabado de ser promovido aos profissionais do Tricolor. 

Na época, o Liverpool, da Inglaterra, procurando um substituto para o zagueiro Hyypia, que se transferiu para o Bayer Leverkusen, da Alemanha, fez uma proposta de 2 milhões de euros pelo jogador. A oferta, no entanto, foi negada pelo São Paulo. Para Aislan, ter ido atuar no gigante inglês poderia ter mudado sua carreira.

"Queria ter ido. As coisas poderiam ter sido diferentes na minha carreira. Eles tinham acabado de perder um zagueiro (Hyypia) e queriam alguém no perfil parecido. Queriam que eu fosse e me adaptasse no começo, para depois me incluir no grupo e começar a jogar. Chegou tudo para o São Paulo, mas eles acharam melhor me manter", lembra o jogador do Náutico.

Aislan (à direita) surgiu na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2007, formando dupla com Breno (Foto: Divulgação/São Paulo)

A aposta do Tricolor no futebol do zagueiro acabou não se confirmando na prática. Segundo o atleta, era difícil entrar no time, visto que o São Paulo vinha de conquistas seguidas de Campeonato Brasileiro tendo sempre a defesa como ponto forte. 

"Muita gente fala que não dei certo no São Paulo, mas não acho. Atuei pouco, é verdade, mas a zaga tinha sido eleita a melhor do Brasileirão dos três últimos anos. Tinha Miranda, André Dias, Rodrigo… Era complicado entrar, mas ainda assim joguei algumas vezes, até Libertadores", se defende Aislan.

Para ele, que ficou no São Paulo até 2010, faltou paciência: "Tudo tem seu momento, cada jogador tem seu momento. Alguns chegam prontos e jogam, outros precisam de tempo. Foi o meu caso".

Momento do Náutico e briga 'Arena Pernambuco x Aflitos'

Titular da equipe pernambucana nas últimas duas partidas, Aislan opina sobre a discussão que tem dominado os debates de torcedores e da imprensa local: o Timbu deve abandonar a Arena Pernambuco e voltar a jogar nos Aflitos?

"A gente pensa nisso porque o clube não vem num momento bom. A torcida é motivada por vitórias, se voltarmos a boa fase eles voltam a comparecer. Mas se for necessário voltar aos Aflitos a gente volta também", destaca o zagueiro.

Zagueiro (à direita), acredita que crise financeira não atrapalha desempenho do time
(Foto: Léo Lemos/Divulgação/Náutico)

Coincidentemente ou não, desde que o time de Capibaribe trocou os Aflitos pela moderna Arena Pernambuco em 2013, o desempenho do clube tem sido muito ruim. De boa campanha no Brasileirão de 2012, onde foi 12º colocado e ganhando a maioria dos jogos em seu estádio, o time foi rebaixado no ano seguinte com seis rodadas de antecedência - se tornando a segunda equipe a cair mais cedo no torneio, atrás apenas do América-RN, que em 2007 foi rebaixado com sete jogos a serem disputados.

Aislan ainda lembrou de uma partida que disputou nos Aflitos, quando defendia o Guarani, em 2010. "Conhecemos a força do campo lá. Joguei quando estava no Guarani, nós perdemos o jogo. Lá realmente é complicado atuar, torcida apoia muito, atmosfera favorável ao Náutico", diz ele. 

Neste sábado (10), com transmissão da RedeTV! a partir das 16h30, o Náutico encara o Internacional, no Beira-Rio.